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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Putin sobre mortes de civis em Bucha: 'Provocação grosseira e cínica'

Colaboração para o UOL, em São Paulo *

06/04/2022 11h25

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chamou de "provocação grosseira e cínica" das autoridades ucranianas a descoberta de corpos de civis na cidade de Bucha, a cerca de 100 km a noroeste de Kiev, capital da Ucrânia, após a retirada das forças russas. Esta é a primeira reação de Putin sobre o caso. A declaração ocorreu após conversa com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Cerca de 20 corpos foram encontrados espalhados nas ruas de Bucha, na semana passada, pelas forças militares ucranianas. Pelo menos um dos cadáveres estava com as mãos amarradas.

As autoridades ucranianas disseram que ainda não sabem a identidade das vítimas ou a causa das mortes. Os rostos dos falecidos tinham aparência cerosa, o que poderia indicar que estavam no local há vários dias. As vítimas usavam casacos, jaquetas ou suéteres, jeans, tênis ou botas. Dois estavam ao lado de bicicletas e outro perto de um carro abandonado. Alguns estavam de bruços e outros de costas.

A Ucrânia retomou o controle de localidades como Irpin, Bucha, Gostomel e toda a região de Kiev, considerada estratégica pelo governo do presidente russo, Vladimir Putin, mas que encontra uma forte resistência de tropas ucranianas.

Ainda na semana passada, o Ministério da Defesa da Rússia negou que tenha assassinado civis em Bucha e disse que as imagens de corpos são "outra produção do regime de Kiev para os meios de comunicação ocidentais".

Orbán pede cessar-fogo a Putin

Durante a conversa, por telefone, Orbán declarou ter convidado Putin para conversações na Hungria com os presidentes da Ucrânia e da França e com o chanceler alemão. Segundo ele, a resposta de Putin foi "positiva", mas que o líder russo disse que dependeria de algumas condições. Orbán também disse ter pedido que Putin anuncie um "cessar-fogo imediatamente".

"Sugeri ao presidente Putin que ele deveria anunciar um cessar-fogo imediatamente", disse Orbán em entrevista coletiva, acrescentando que foi Putin quem o telefonou.

Apesar das sanções da União Europeia contra a Rússia, Orbán tem adotado um discurso mais amigável a Putin, que já foi acusado de financiar e apoiar movimentos de extrema-direita para desestabilizar o bloco.

* Com informações das agências AFP, em Moscou (Rússia), e da Reuters e ANSA, em Budapeste (Hungria)