Após recado nas costas da filha, ucraniana consegue fugir para a França
Uma menina ucraniana conquistou notoriedade na internet ao ter seu nome e informações de contato escritos nas costas por sua mãe desesperada, quando as tropas russas invadiram o país. Agora, a criança e sua família estão longe do conflito e em segurança.
Sasha Makoviy, 33, havia compartilhado no Instagram uma imagem da filha Vira, 2, com uma caneta rabiscada sobre a pele, como um inusitado pedido de resgate para a pequena, diante da ameaça de guerra. O ato da mãe rapidamente se tornou viral.
Semanas depois de fugir da capital Kiev, a menina e os pais agora vivem em Lespignan, um vilarejo no sul da França junto com a mãe de Sasha, Anna Klymenko. A família está acomodada em uma casa emprestada por proprietários que se dispuseram a ajudar refugiados ucranianos.
Em uma postagem feita no dia 5 de abril, Sasha informou os internautas a respeito da situação de sua família e agradeceu as mensagens de apoio. "As pessoas estão oferecendo ajuda e se certificando de que estamos seguros. Estou comovida às lágrimas. Eu só quero que todos saibam que Vira e eu estamos seguras. Conseguimos atravessar a fronteira e agora estamos na França. Estamos hospedados com voluntários que nos convidaram para ficar aqui e ofereceram acomodação", explicou.
Em entrevista ao jornal britânico The Time, Sasha afirmou que ficou em choque ao imaginar o perigo que sua filha correria, logo depois que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão militar à Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Assim que soube que o governo ucraniano passou a alegar que a Rússia estava retirando crianças de cidades sitiadas como Mariupol e as despachar para a fronteira, a jovem mãe temeu que o mesmo acontecesse com Vira.
"Eu não estava com medo de morrer, mas meu pensamento sempre estava preso à ideia de que se o pior ocorresse, ninguém poderia ficar com Vira. E ninguém poderia criá-la como eu", disse.
Momento da fuga
Sasha Makoviy trabalhava como pintora, professora de arte e assistente em uma galeria em Kiev.
Por ser acostumada a acompanhar veículos de imprensa internacionais, ela percebeu em novembro como os atritos entre a Ucrânia e a Rússia estavam se tornando cada vez mais intensos, e que uma invasão militar poderia ser iminente.
No início do ano, ela começou a tomar providências caso o pior dos cenários se realizasse, então estocou alimentos, organizou documentos, remédios e outros itens essenciais para sua família no momento da evacuação. Sasha também contou que muitos amigos e familiares reprovaram suas medidas e a chamaram de histérica, pois acreditavam que a possibilidade de ataques por parte da Rússia seria bastante improvável.
Assim que as bombas do exército invasor começaram a cair sobre muitos prédios e residências de Kiev, Sasha pegou todos os seus pertences já selecionados e fugiu com a filha para Vinnytsia, no sudoeste da cidade, onde se refugiaram por um tempo. Quando surgiu a oportunidade, elas se deslocaram até a fronteira com a Romênia. Assim que chegaram ao país vizinho, pegaram um voo para Bruxelas, na Bélgica, e depois seguiram para a França.
A avó de Vira, Anna Klymenko, inicialmente se recusou a sair de Kiev por medo de perder tudo que tinha para se arriscar em territórios desconhecidos. Mas, foi persuadida por Sasha e outros familiares a fugir para Polônia. De acordo com informações do The Mirror, seu bairro foi totalmente devastado pelos bombardeios. Ela agora vive com a filha e a neta na França.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.