'Parece guerra': brasileira relata desespero e fugas em lockdown na China
A DJ e influenciadora brasileira Luana Pinho, 34, relatou o desespero pelo lockdown imposto pelas autoridades em Xangai, na China, para evitar a disseminação da covid-19. Mesmo com três doses da vacina, a população segue confinada e ela não sai na rua há 32 dias, causando tensão e até fugas de moradores para o aeroporto.
"Xangai parece uma cidade em guerra, mas sem armas. O que estamos passando daria uma ótima série ou filme de Hollywood", disse ela, ao jornal O Globo.
Luana está trancada em casa com o namorado, um cachorro e dois gatos. No fim de março, a confirmação de dois casos no prédio onde ela mora deixou todos sem poderem sair nem para caminhar dentro do condomínio durante 19 dias. O atual bloqueio não tem data para terminar.
A influenciadora contou que tem amigas que não vão ao supermercado há 40 dias, e só receberam uma cesta básica do governo até então. Há duas opções para conseguir fazer compras básicas: fazer a compra pela internet, onde são liberadas em alguns momentos do dia e há briga para comprar, tendo que entrar no site bem cedo para conseguir o essencial, ou participar das compras coletivas realizadas pelos condomínios.
A última vez que ela realizou um trabalho fora de casa como DJ foi em 5 de março, onde tocou numa festa brasileira. Luana só não imaginava que, logo no dia seguinte, uma nova quarentena começaria em Xangai. "Desde março, já temos mais de 600 mil contagiados em Xangai. A situação se descontrolou. Mas estamos vacinados, o que estão fazendo não faz qualquer sentido", opinou.
Ela descreve esse novo confinamento como muito pior, por causa do comportamento das autoridades chinesas, inclusive separando pais contagiados pela covid-19 dos filhos. "Lacraram prédios e puseram barreiras de metal para separar bairros. As únicas pessoas que vemos nas ruas são os voluntários, que parecem astronautas e fazem o policiamento da cidadania."
Fugas
A DJ afirmou que algumas pessoas conseguiram fugir, alegando que iam ao hospital. "Os estrangeiros estão perplexos e assustados. Alguns conseguiram fugir no começo, mentindo. Diziam que iam para um hospital e, na verdade, estavam a caminho do aeroporto. Um táxi até lá estava custando cerca de R$ 3 mil", afirmou.
Luana participa de grupos de WhatsApp com brasileiros que também moram em Xangai e diz que todos estão estressados e só não passaram fome graças aos vizinhos. "Espero que eles sintam vergonha de tudo o que estão fazendo com todos aqui. Isso é tudo muito surreal", conclui.
A China adota uma política intitulada de "covid zero", impondo duras restrições de circulação para controlar a covid-19. Ontem o país registrou 29.609 novos casos da doença, numa média de 29.353 nos últimos sete dias.
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