Rússia ataca Kharkiv e pede que Ocidente pare de enviar armas à Ucrânia

Militares russos intensificaram os bombardeios em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, neste sábado (30), mas o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que as forças do país conseguiram "êxitos táticos" na região. Hoje a guerra entra em seu 66º dia.

Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas devido à "artilharia inimiga e ataques de morteiro", informou no Telegram a administração militar regional de Kharkiv. "A situação na região de Kharkiv é dura, mas nossas Forças Armadas e nossa inteligência registraram importantes êxitos táticos", declarou Zelensky, em um discurso exibido na TV.

Relacionadas

Covid, suicídio e pouca comida: brasileiro conta rotina em tropa na Ucrânia

Como é o blindado que a Alemanha quer que o Brasil ajude a enviar à Ucrânia

Quem são os 6 magnatas russos que morreram em circunstâncias suspeitas?

Uma equipe de especialistas em desativar bombas percorre neste sábado as ruas de Kharkiv em busca de restos de foguetes russos.

As forças russas também atacaram hoje a região de Donbass, mas não conseguiram capturar três áreas-alvo, disseram militares da Ucrânia. Já Moscou disse que sanções ocidentais à Rússia e remessas de armas para a Ucrânia estão impedindo as negociações de paz.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, mandou um recado aos aliados ocidentais da Ucrânia. Em uma entrevista publicada neste sábado pela agência oficial chinesa, Lavrov afirmou que se os Estados Unidos e a Otan querem resolver a crise ucraniana devem parar de enviar armas e munição para Kiev.

Numa região próxima à cidade de Bucha, foram encontrados os corpos de três homens com as mãos amarradas e os olhos vendados, "visivelmente torturados e baleados", informou a polícia de Kiev. "As vítimas foram torturadas durante muito tempo (...) No final, cada um recebeu um tiro na têmpora", afirmou em um comunicado o chefe de polícia de Kiev, Andriy Nebytov.

Em Budapeste, na Hungria, centenas de pessoas protestaram pelo fim da guerra na Ucrânia. Os manifestantes carregaram bandeiras do país e exibiram cartazes contra o presidente russo Vladimir Putin.

Ataque à Odessa

A cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, foi alvo de pesados ataques russos neste sábado e, em um deles, o aeroporto local foi duramente atingido, informam os veículos de comunicação do país.

Segundo mensagens publicadas por autoridades no Telegram, a pista de pousos e decolagens foi bastante danificada. A ação se intensificou após às 18h (hora local) e foram ouvidas explosões em vários pontos da cidade. Não há informações de feridos ou mortos.

Outros três mísseis de longo alcance teriam sido interceptados ainda no ar pelas forças de defesa da Ucrânia.

Ontem, um avião de reconhecimento russo violou brevemente o espaço aéreo sueco informaram autoridades do país escandinavo, que desde a invasão russa da Ucrânia estuda a possibilidade de ingressar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

"Um avião a hélice AN-30 russo violou o espaço aéreo sueco na sexta-feira", disse o Ministério da Defesa sueco em comunicado, acrescentando que suas equipes registraram todo o incidente e tiraram fotos.

Corpos com marcas de tortura

As autoridades ucranianas informaram a descoberta de três corpos de homens com marcas de torturas em uma vala perto de Bucha, uma área que foi ocupada durante semanas pelas tropas russas, que neste sábado bombardearam Kharkiv e outras cidades do leste do país.

Os cadáveres, retirados de uma vala da localidade e Myrotske, estavam com as mãos amarradas e os olhos vendados, afirmou o chefe de polícia de Kiev, Andriy Nebytov. "As vítimas foram torturadas durante muito tempo (...) No final, cada uma recebeu um tiro na têmpora", disse.

Promotores ucranianos disseram nesta semana que identificaram mais de 8.000 crimes de guerra desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.

*Com informações da AFP, ANSA e Reuters