Onda de suicídios em porta-aviões gera investigação nos EUA: 'Uma tragédia'
Cerca de 200 marinheiros tiveram de deixar um porta-aviões em Virgínia (EUA) após três membros da tripulação se suicidarem no mês de abril. No último ano, outros quatro marujos morreram, um deles também tirando a própria vida, segundo a CNN. A Marinha americana abriu uma investigação sobre as mortes e a condução do comando a bordo do navio, no que foi classificado como "uma tragédia" por pessoas com passagem pela Marinha.
Para uma tentativa de solução rápida, o capitão Brent Gaut permitiu que os navegantes se deslocassem para outras acomodações nas proximidades. Só no primeiro dia dessa nova orientação, 200 tripulantes, do total de 2.700, se mudaram para uma instalação da Marinha nas proximidades. A Força Aérea Naval do Atlântico afirmou que está em processo de criação de acomodações temporárias para esses marujos.
A mudança ocorre em meio a um processo de reabastecimento e revisão no estaleiro do porta-aviões. Em comunicado, o capitão disse que esse plano continuará até que "todos os marinheiros que desejam sair do navio o façam". Mas, neste processo de revisão que a navegação está passando, é necessário que cerca de 420 marinheiros fiquem a bordo.
A fim de responder aos três suicídios nas últimas semanas, a Marinha incluiu um psicólogo no navio, conselheiros e uma equipe de 13 pessoas para intervenções especiais em casos assim.
Segundo o almirante John Meier, comandante da Força Aérea Naval dos EUA no Atlântico, a investigação da Marinha deve ter resultados ainda essa semana. "Nós designamos um oficial de investigação para investigar isso e realmente investigar a causa imediata. Houve um gatilho imediato? Houve uma ligação entre esses eventos? Espero que isso seja relatado esta semana, e não vou pressupor o resultado desse relatório antecipadamente", disse ele.
A cultura de comando também está na mira das investigações, tendo uma análise com um "escopo muito mais amplo", segundo o almirante.
Elaine Luria, veterana de 20 anos da Marinha, exigiu ação imediata do Chefe de Operações Navais, Almirante Michael Gilday, para garantir a segurança da tripulação. "Cada uma dessas mortes é uma tragédia, e o número de incidentes dentro de um único comando, que inclui até quatro marinheiros tirando a própria vida, levanta uma preocupação significativa que requer investigação imediata e rigorosa", falou, em relatório.
Procure ajuda
Caso você tenha pensamentos suicidas, procure ajuda no CVV e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade.
O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil
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