The Rock: Diamante branco raro vai a leilão com expectativa de recorde
Considerado o maior diamante branco já vendido, o The Rock será leiloado em Genebra, na Suíça, nesta quarta-feira (11). Os avaliadores acreditam que seu valor pode ultrapassar a faixa de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 154 milhões).
O evento é organizado pela companhia britânica de leilões Christie's que apresenta duas pedras de mais de 200 quilates cada.
O The Rock pesa aproximadamente 228,31 quilates e destaca-se pelo seu formato de pera. A pedra será disputada pelos participantes do leilão ao lado de um diamante amarelo antigo chamado Red Cross Diamond, de 205 quilates, que está associado há mais de um século à Cruz Vermelha britânica.
A organização receberá parte do lucro de sua venda para ajudar no fornecimento de água de potável as pessoas que vivem em zonas de conflito. Seu preço está estimado entre US$ 7 milhões (quase R$ 36 milhões) a US$ 10 milhões (R$ 51,4 milhões), segundo a AFP.
De acordo com Max Fawcett, chefe do departamento de joias da Christie's em Genebra, o The Rock até o momento está nas mãos de um proprietário norte-americano cuja identidade é mantida sobre sigilo. Mesmo assim, o diamante encanta possíveis compradores especialmente pelas suas características simétricas e pelo elevado valor. Fawcett aposta nesses fatores para o êxito do leilão.
"O diamante é uma das gemas mais raras já vendidas em leilão. É perfeitamente simétrico e está estimado em US$ 20 milhões (R$ 102,8 milhões) a US$ 30 milhões (R$ 154,2 milhões). Espero que haja fogos de artifício na quarta-feira", disse o responsável pelo evento.
Origem d'A Rocha
Maior que uma bola de golfe, The Rock foi extraído de uma mina na África do Sul no início dos anos 2000. Foi exibido em Dubai, Taipei e Nova York antes de chegar à Suíça. De acordo com informações da agência Reuters, ele foi usado por seu ex-proprietário como um colar Cartier.
Segundo Fawcett, havia apenas um punhado de diamantes de tamanho e qualidade semelhantes ao The Rock. O recorde da Christie's para um diamante branco semelhante é de US$ 33,7 milhões (R$ 173,2 milhões), adquirido em Genebra em 2017 por uma gema de 163,41 quilates.
Vários outros diamantes serão leiloados na quarta-feira (11), além de uma tiara que pertenceu à princesa Ira de Furstenberg (1867-1948), membro de uma das famílias aristocráticas mais proeminentes do Império Habsburgo.
Impacto da guerra na Ucrânia
Para Max Fawacett, o mercado de diamantes está em alta e isso se deve a uma crescente demanda de um público específico por essas pedras. Além disso, ele aponta que esse cenário é impulsionado pela flexibilização de regras de distanciamento social no pós-pandemia, questões geopolíticas e pressão inflacionária sobre commodities, incluindo pedras preciosas, que estão levando o mercado a níveis maiores que o seu pico entre 2013 e 2014.
O especialista explicou também que a invasão militar ordenada pelo presidente russo, Vladimir Putin, sobre o território ucraniano teve um forte impacto no setor.
Segundo Fawcett, mais de 40% dos diamantes do mundo são extraídos da Rússia, no entanto, o conflito entre as duas nações e a crise diplomática dos países ocidentais contra Putin abalaram o mercado internacional de pedra preciosas, já que o acesso às gemas russas está bloqueado.
"As restrições levaram ao aumento de preços e com as sanções impostas a Moscou após a invasão de 24 de fevereiro, os preços só continuarão a aumentar", avaliou ele.
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