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Guerra da Rússia-Ucrânia

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'Falavam assim com Hitler?', diz líder polonês sobre conversas com Putin

Presidente da Polônia, Andrzej Duda - Agata Grzybowska/Agência Gazeta/Reuters
Presidente da Polônia, Andrzej Duda Imagem: Agata Grzybowska/Agência Gazeta/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/06/2022 08h49

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, criticou a disposição de líderes europeus de manterem conversas com o líder russo Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia e comparou a situação à Segunda Guerra Mundial, quando Adolf Hitler comandava o avanço das tropas nazistas pela Europa.

"[Putin] é responsável por isso. Ele tomou a decisão de enviar as tropas para lá. Os comandantes estão sob seu comando. Alguém falou assim com Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial? Alguém disse que Adolf Hitler deve salvar sua pele? Que devemos proceder de tal forma que não seja humilhante para Adolf Hitler?", questionou em entrevista ao jornal alemão Bild.

O polonês citou diretamente as conversas mantidas entre Putin e Emmanuel Macron, presidente francês, e Olaf Scholz, primeiro-ministro alemão. "Essas conversas não levam a nada. O que eles conseguem? Eles só legitimam uma pessoa que é responsável pelos crimes que o exército russo está cometendo na Ucrânia", declarou Duda.

Ainda fazendo referência à Segunda Guerra, o polonês afirmou que a Alemanha "não se importa em nada com o que acontece na Ucrânia ou na Polônia", mas sim que estaria interessada em "fazer negócios e ganhar dinheiro" com gás natural e petróleo.

"Talvez a economia alemã não acredite que o exército russo possa celebrar outra grande vitória em Berlim e ocupar parte da Alemanha. Nós na Polônia sabemos que isso é possível. E é por isso que não há negócios como de costume para nós. E é por isso que pedimos ao mundo e à Europa que não haja mais negócios como de costume com a Rússia", afirmou Andrzej Duda.

O presidente polonês também foi questionado sobre os movimentos prévios da Rússia que, em sua avaliação, davam indícios das intenções expansionistas do Kremlin em sua zona de influência. Duda lembrou-se da invasão à Geórgia, em 2008, e da tomada da península da Crimeia em 2014 — até então um território ucraniano.

"Vemos uma face da Rússia que não vemos há décadas, mas que conhecemos. É o rosto de um Estado imperialista que quer tirar a liberdade dos outros, e isto deve ser impedido a todo custo", declarou, colocando a Polônia como um possível ponto de interesse dos russos nessa estratégia.