Parentes de Dom Phillips protestam na embaixada do Brasil em Londres
Parentes e amigos do jornalista britânico Dom Phillips fizeram hoje uma vigília em frente à embaixada do Brasil em Londres, no Reino Unido, e cobraram mais apoio do governo brasileiro nas buscas.
Dom Phillips, de 57 anos, colaborador do jornal The Guardian, e Bruno Pereira, 41, servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), estão desaparecidos desde o último domingo (5) na região do Vale do Javari, no Amazonas.
"Onde está Dom Phillips? Onde está Bruno Pereira?", perguntou a irmã do jornalista, Sian Phillips, em declaração à imprensa durante um protesto de cerca de 30 pessoas organizado em frente à embaixada brasileira.
"Queremos que as autoridades britânicas pressionem o governo brasileiro. Queremos que a busca continue. Queremos saber o que aconteceu com eles e queremos que qualquer um que tenha cometido um possível ato criminoso seja levado à Justiça. Queremos uma investigação determinada, completa e aberta", acrescentou ela.
"A gente necessita muito mais do que alguns barcos e algumas pessoas do Exército e da Polícia. É necessário uma ação, todo um planejamento, trabalhar junto com os povos indígenas da região. Eles precisam desse apoio do governo para achar o Bruno e o Dom", afirmou Priscilla Oliveira, pesquisadora e ativista/ Survival International, em entrevista à TV Globo.
O diretor executivo do Greenpeace UK, Pat Venditti, acompanhou os familiares para dentro da embaixada onde foram recebidos pelo embaixador brasileiro e entregou uma carta pedindo um esforço muito mais amplo de busca e resgate, assim como um esclarecimento sobre o que exatamente tem sido feito até agora.
Na carta, segundo o grupo, foi enfatizada a preocupação com relatórios de parceiros locais no Brasil e declarações dos militares brasileiros informando que de que todos os recursos federais e locais necessários, incluindo pessoal e aeronaves, ainda não foram mobilizados.
O desaparecimento desencadeou a mobilização de personalidades e grupos pela defesa do meio ambiente e dos direitos humanos, e o governo do presidente de Jair Bolsonaro foi acusado de atrasos no início das buscas.
Localizado no oeste da Amazônia, próximo ao Peru, o Vale do Javari, no estado do Amazonas (nordeste), onde os dois homens desapareceram, é de difícil acesso. A região passa por uma escalada da violência armada devido à presença de garimpeiros, grileiros, caçadores e traficantes de drogas.
Omissão do governo Bolsonaro
Nesta quarta-feira, a juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível da Justiça Federal do Amazonas, determinou que a União reforce a estratégia de busca e resgate de Pereira e Philips, viabilizando o uso de helicópteros, embarcações e equipes de buscas, seja da Polícia Federal, das Forças de Segurança ou das Forças Armadas.
A magistrada apontou omissão, por parte da União, do dever de fiscalizar as terras indígenas e proteger os povos indígenas isolados e de recente contato.
"É oportuno destacar que, caso as rés (a União e a Funai) tivessem se desincumbido de cumprir obrigação de fazer relativamente à proteção e fiscalização da terras indígenas em constante alvo de invasão por garimpeiros e madeireiros ilegais, é provável que os cidadãos tivessem sido localizados, ainda que não vivos", indicou.
*Com informações das agências de notícias AFP e Estadão Conteúdo
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