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Bolsonaro diz a canal dos EUA que esquerda nunca sairá do poder caso vença

O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou nas redes sociais a sua entrevista ao apresentador conservador Tucker Carlson, da Fox News - Reprodução/Twitter/Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou nas redes sociais a sua entrevista ao apresentador conservador Tucker Carlson, da Fox News Imagem: Reprodução/Twitter/Jair Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo

29/06/2022 23h47Atualizada em 30/06/2022 16h30

O presidente Jair Bolsonaro declarou hoje, em entrevista à emissora norte-americana Fox News, que a esquerda "nunca sairá do poder" caso vença as eleições no pleito deste ano. A declaração, feita sem apresentar provas, faz alusão ao ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve disputar o cargo e aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de votos.

A mídia nunca me deu visibilidade ou espaço, muito pelo contrário, eles me atacaram o tempo todo durante a campanha. Se a esquerda voltar ao poder, a meu ver, eles nunca sairão do poder e esse país seguirá o mesmo caminho de Venezuela, Argentina, Chile e Colômbia. O Brasil se tornará mais um vagão nesse trem. Jair Bolsonaro em entrevista à Fox News

O trecho com a declaração foi transmitido em uma chamada na programação da emissora. A entrevista completa, conduzida pelo apresentador conservador Tucker Carlson, está prevista para ser transmitida nesta quinta-feira.

O discurso de Bolsonaro corrobora a entrevista do assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, à emissora norte-americana, já veiculada nesta semana. Ambas apontam para o crescimento das vitórias dos governos de esquerda na América do Sul. No último dia 20, a Colômbia elegeu pela primeira vez um presidente de esquerda, Gustavo Petro.

Segundo Bolsonaro, em caso de vitória da esquerda, os próprios eleitores desse espectro político irão "perder".

"Os perdedores serão a população brasileira e a própria esquerda. Os eleitores de esquerda irão perder com isso. Toda a América do Sul será vermelha se é que você me entende e, na minha visão, os Estados Unidos se tornarão um país praticamente isolado no mundo."

Nas redes sociais, o mandatário exaltou o encontro e a entrevista com o apresentador. A visita de Tucker Carlson está sendo bastante explorada e elogiada por bolsonaristas.

"Recebi hoje, no Palácio do Alvorada, o jornalista americano @TuckerCarlson, apresentador do programa jornalístico de maior audiência dos EUA. Mostramos ao mundo a verdade sobre o Brasil, sobre o nosso governo e tenho certeza que mais uma vez a verdade irá nos libertar."

Bolsonaro criticou Lula em encontro com Biden, diz assessor

Filipe Martins, assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, declarou em entrevista à emissora norte-americana Fox News que Jair Bolsonaro (PL) fez críticas ao ex-chefe do Executivo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Joe Biden, presidente dos EUA, durante a Cúpula das Américas, em Los Angeles (EUA).

Após o encontro, a agência de notícias Bloomberg divulgou que Bolsonaro teria pedido a ajuda de Biden para vencer Lula nas eleições. O colunista do UOL Jamil Chade confirmou com duas fontes da diplomacia brasileira o pedido feito por Bolsonaro a Biden. Ao comentar o caso, Lula disse, em tom de ironia, que a opção seria "se humilhar demais". Já o mandatário brasileiro negou as afirmações.

Ao apresentador conservador Tucker Carlson, que chegou a declarar que o "Brasil é a única grande economia do hemisfério Sul que continua pró-América", Martins disse achar que "Biden entendeu que o melhor para os EUA seria a reeleição de Bolsonaro".

De acordo com o assessor da Presidência, Bolsonaro ainda teve "a oportunidade de alertar o presidente Biden sobre a quantidade de 'corrupção' e 'escândalos' que existiram durante o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) e que eles foram responsáveis por mais de R$ 8 trilhões em escândalos de corrupção".

Ao ser perguntado sobre os interesses da China no país, Martins aproveitou para voltar a atacar o governo do ex-presidente Lula. Ele acusou, sem provas, que o petista, durante sua gestão, "incentivou a presença de superpotências no Brasil, além de ter apoiado grupos terroristas, crime organizado e governos ditatoriais como Venezuela, Cuba e Nicarágua". Para o assessor, Lula é "muito aberto para apoiar a China".

Antes da entrevista com Martins, Tucker Carlson disse que o Brasil é um país "de grande importância", mas "o governo Biden parece determinado a entregar o país à esfera de influência do Partido Comunista Chinês".