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EUA: Políticos propõem cortar apoio ao Brasil se militares apoiarem golpe

O presidente dos EUA, Joe Biden, e do Brasil, Jair Bolsonaro, em encontro em junho; proposta de emenda de parlamentares dos EUA quer cortar assistência ao Brasil caso militares interfiram nas eleições de outubro - ITAMARATY
O presidente dos EUA, Joe Biden, e do Brasil, Jair Bolsonaro, em encontro em junho; proposta de emenda de parlamentares dos EUA quer cortar assistência ao Brasil caso militares interfiram nas eleições de outubro Imagem: ITAMARATY

Do UOL, em São Paulo

07/07/2022 13h53

Um grupo de parlamentares democratas dos Estados Unidos propôs uma emenda para barrar o envio de recursos da Defesa para o Brasil caso os militares interfiram nas eleições deste ano. A informação foi publicada pelo site Brasil Wire e confirmada pelo UOL.

A proposta, assinada pelos deputados Tom Malinowski, Albio Sires, Joaquin Castro, Susan Wild, Ilhan Omar e Hank Johnson, prevê um corte da "assistência de segurança" dos Estados Unidos ao Brasil se as Forças Armadas:

  • interferirem, pararem ou obstruírem a contagem de votos;
  • manipularem, buscarem manipular ou derrubarem o resultado das eleições;
  • fizerem um esforço coordenado de comunicação para minar a confiança do público nas autoridades eleitorais;
  • usarem as mídias sociais ou outros meios de comunicação para tentar influenciar a validade do resultado das eleições;
  • encorajarem, incitarem ou facilitarem revoltas relacionadas ao processo eleitoral, antes e depois das eleições.

A decisão deve ser tomada com base em um relatório do Secretário de Estado, principal diplomata do país, sobre a atuação dos militares nas eleições brasileiras. A autoridade deve concluir o documento em até 30 dias após a promulgação do texto.

A iniciativa é uma proposta de emenda ao Ato de Autorização para a Defesa Nacional, peça legislativa votada todos os anos para aprovar os gastos militares do país. Em março, o presidente Joe Biden propôs o maior orçamento militar em tempos de paz da história dos EUA: US$ 813 bilhões.

O valor e as emendas ainda serão analisados em conjunto pelo Senado e pela Casa dos Representantes dos EUA (equivalente à Câmara dos Deputados brasileira), em data a ser anunciada.

No mês passado, Biden encontrou o presidente Jair Bolsonaro (PL) pessoalmente pela primeira vez durante o mandato. Os dois participaram da Cúpula das Américas, em Los Angeles. Na ocasião, o norte-americano elogiou a democracia brasileira. Bolsonaro também afirmou que deixaria o governo de forma democrática.