Paraguai extradita brasileiro suspeito de ser ligado ao Hezbollah aos EUA
O brasileiro de origem libanesa Kassem Mohamad Hijazi, 49, foi extraditado do Paraguai para os Estados Unidos por lavagem de dinheiro. Hijazi foi preso pelas autoridades paraguaias em agosto de 2021, em uma operação liderada pelo promotor paraguaio Marcelo Pecci, morto em maio deste ano, e há suspeitas de ligação dele com o Hezbollah. Segundo o jornal paraguaio La Nación, a extradição ocorreu na sexta-feira (8), a pedido de um tribunal do distrito sul de Nova York.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos alega que o brasileiro utilizou empresas de importação e exportação para movimentar mercadorias do país norte-americano pelos portos do Paraguai e vende-las no país sul-americano.
Para não ser pego, ele transferia os valores das operações por meio de casas de câmbio e bancos de Ciudad del Este para os Estados Unidos, China, Hong Kong e outros lugares do mundo desde 2017. A investigação aponta que ele movimentava renda ilícita ao redor do mundo com uma rede de empresas de fachada.
Promotor assassinado
Assassinado enquanto estava em lua de mel na Colômbia, Pecci era especializado em crime organizado, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Foi dele a operação que prendeu Hijazi. Além disso, o promotor já havia investigado outras facções criminosas que atuam em São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com o La Nación, o FBI e a DEA (Agência Antidrogas dos Estados Unidos) consideram que a prisão do brasileiro pode ser uma das razões pela qual a morte do promotor foi ordenada.
Organização paramilitar Hezbollah
O jornal paraguaio El Independiente afirma que Hijazi realizava a lavagem de dinheiro de qualquer pessoa que solicitasse seus recursos, como o grupo xiita Hezbollah, uma organização política e paramilitar islâmica.
A inteligência norte-americana o vincula ao financiamento da organização, que o indicou como "o principal arrecadador de fundos e ativista do Hezbollah e que apoia atividades relacionadas ao terrorismo".
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