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Ida de Nancy Pelosi a Taiwan pode fortalecer Biden, diz professora da UFSC

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/08/2022 19h03

A viagem da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan pode fortalecer a imagem interna de Joe Biden, segundo a professora de relações internacionais Danielle Ayres, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

Em entrevista ao UOL News, a especialista disse que acha difícil a ida de Pelosi à ilha ser um ato unilateral, como o presidente americano alega. "É um movimento coordenado entre os dois, principalmente para fortalecer a posição do Biden nas eleições de meio de mandato que ele vai passar agora."

Pelosi desembarcou hoje em Taipé, capital de Taiwan, por volta das 23h (horário local), confirmando as expectativas mesmo após ameaças da China caso a viagem se concretizasse.

A visita tem gerado uma nova série de ameaças do governo chinês, que ficou furioso com a notícia de que uma integrante do parlamento americano visitaria uma região que é palco de disputas históricas.

Para Ayres, a intenção de Pelosi não é iniciar uma crise política que desencadeie um conflito armado entre China e Estados Unidos, mas sim representar o poder dos americanos para o restante do mundo.

"Pelosi já tinha ido à China depois do Massacre da Praça da Paz Celestial numa clara defesa dos direitos humanos. Parece que ela faz o mesmo agora, na tentativa de mostrar que os EUA não vão aceitar facilmente uma China que tenha pretensões militares frente a Taiwan", disse.

A professora acrescentou que é interesse dos EUA manterem a disputa pelo poder mundial criando dois blocos antagônicos. "Um bloco seria aquele que defende a democracia, que está contra a violência, colocando automaticamente a China ao lado da Rússia como se fossem as mesmas coisas."

Isso interessa muito para as eleições americanas internas, pois pode fortalecer um Joe Biden que está enfraquecido e desacreditado por uma série de políticas que vem praticando ao longo dos seus dois anos de mandato" Danielle Ayres, professora de relações internacionais da UFSC

A especialista avaliou que, para a política internacional, a viagem pode fazer com que a China aumente seu poder bélico contra Taiwan. "Não significa um conflito armado latente que vai eclodir a curto prazo, mas o mundo fica mais inseguro."

Assista ao UOL News na íntegra: