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Concreto se parte em memorial e revela garrafa com texto escrito há 85 anos

Fred, Albert, Graham, Lance e Jack estavam orgulhosos do feito e resolveram registrar isso, segundo Brent Smith - Divulgação/Câmara Municipal de Christchurch
Fred, Albert, Graham, Lance e Jack estavam orgulhosos do feito e resolveram registrar isso, segundo Brent Smith Imagem: Divulgação/Câmara Municipal de Christchurch

Do UOL, em São Paulo

09/08/2022 16h19Atualizada em 09/08/2022 16h19

Uma mensagem escrita à mão contendo os nomes dos pedreiros que trabalharam no Memorial da Guerra dos Cidadãos, em homenagem às vítimas da Primeira Guerra Mundial, foi encontrada 85 anos depois em Christchurch, na Nova Zelândia. O pedaço de papel estava enrolado e guardado em uma garrafa de vidro encontrado justamente no processo de destruição do museu.

Brent Smith, membro da Câmara Municipal de Christchurch, disse que a descoberta ocorreu por acaso. "O empreiteiro estava trabalhando na desmontagem do núcleo de concreto do memorial quando um grande pedaço se partiu, revelando a garrafa de vidro. Se o concreto não tivesse quebrado naquele exato local, nunca o teríamos encontrado''.

A garrafa então foi entregue a uma equipe do Museu de Canterbury, que perfurou a rolha de vidro da garrafa para conseguir pegar a nota. Mas, o processo foi trabalhoso, pois o gargalo era estreito e, devido ao tempo, o papel estava muito frágil por causa da umidade infiltrada.

Foram necessárias algumas semanas para que o papel secasse antes de uma nova tentativa. Quando isso finalmente aconteceu, uma parte da escritura se desfez, mas o nome de cinco dos pedreiros que trabalharam no memorial ficou visível. Eles foram identificados pelos seguintes nomes: Fred, Albert, Graham, Lance e Jack.

Segundo Smith, a nota, de fevereiro de 1937, mostra o quanto os antigos trabalhadores estavam orgulhosos. "É uma ligação incrível com o passado que poderia facilmente ter ficado desconhecida. Acho que a nota mostra que os pedreiros originais estavam muito orgulhosos de fazer parte da construção deste memorial aos homens e mulheres que perderam suas vidas na Primeira Guerra Mundial. Queriam que seu papel no projeto fosse lembrado".

O integrante do conselho também se diz "satisfeito" com o achado, pois agora os pedreiros poderão ser homenageados. "Estou muito satisfeito que, 85 anos depois, recuperamos a nota que eles esconderam e podemos reconhecê-los publicamente por seu trabalho habilidoso e pelo papel que desempenharam na criação deste querido memorial".

A equipe de pedreiros que trabalha atualmente na realocação dos artefatos do memorial descreve o papel como algo especial. "Esta descoberta é um lembrete da rica história e tradição que estamos ajudando a preservar", afirmou Regan Shanks, pedreiro da Goldfield Stone.

Empolgado com a descoberta, Smith revelou que há planos para a construção de uma cápsula do tempo com uma fotografia da nota original dos pedreiros em frente ao local de construção do museu restaurado, que ficará na mesma cidade.