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Homem diz que acordou em caixão ao desmaiar e ser enterrado vivo em ritual

Ainda com sangue e marcas de violência no rosto, rapaz foi até delegacia, mas polícia se recusou a registrar ocorrência - Reprodução/Youtube/P7
Ainda com sangue e marcas de violência no rosto, rapaz foi até delegacia, mas polícia se recusou a registrar ocorrência Imagem: Reprodução/Youtube/P7

Do UOL, em São Paulo

12/08/2022 12h02Atualizada em 13/08/2022 10h21

Um homem acordou dentro de um caixão depois de desmaiar durante um festival na cidade de El Alto, na Bolívia. Victor Hugo Mica Alvarez, 30, acordou a 50 km de onde acontecia a festa e teve que lutar para se libertar, depois de ser enterrado vivo.

Tudo aconteceu durante as comemorações do Dia de Pachamama, celebrado em agosto em alguns países latino-americanos, para agradecer e reverenciar a"Mãe Terra". Alvarez afirma que estava bebendo na companhia de um amigo quando "apagou". Ao acordar, ele já não se lembrava de nada.

Ao jornal boliviano Pagina Siete, o homem disse acreditar que foi usado como "oferenda" à natureza por outros convidados da festa, que aconteceu no sábado (6).

"A noite passada foi um 'esquenta' para o festival, e nós fomos dançar. Tudo que aconteceu depois, eu não lembro", relatou ele à mídia local, ainda no final de semana. "A única coisa que eu lembro é que acordei, pensava que estava na minha cama e quis levantar para fazer xixi, mas não conseguia me mexer", detalha.

Foi então que Alvarez percebeu que estava dentro de um caixão. Por sorte, o rapaz conseguiu quebrar uma película de vidro que ficava ao alcance de suas mãos, no tampo da estrutura, dando acesso à abertura.

"Eles queriam me usar como um sullu", teorizou ele, referenciando o nome tipicamente usado para as oferendas à Mãe Terra, feitas em forma de retribuição. Comuns na Bolívia, elas normalmente são compostas por folhas de coca ou doces coloridos — e não seres humanos, uma prática abandonada há centenas de anos, segundo o Pagina Siete.

Após se soltar, o rapaz conseguiu pedir ajuda a um motorista que passava pelos arredores de onde ele foi enterrado, que o levou à delegacia.

Apesar da convicção de que foi vítima de um ritual, Alvarez enfrentou dificuldades ao tentar levar o caso à polícia, com as autoridades bolivianas se recusando a registrar a ocorrência afirmando que ele estava "bêbado demais" para saber o que aconteceu. Inconformado com a situação, ele passou a divulgar o caso entre a imprensa local.

Em fotos tiradas na manhã seguinte à festa, o homem aparece com a testa suja de sangue e com um pó branco cobrindo suas roupas. Apesar das declarações, a polícia da Bolívia não se posicionou sobre o caso para a imprensa local.