Clube flutuante destruído por ciclone em SC causa prejuízo de R$ 8 milhões
O empreendedor Reinaldo Oliveira, 34, viu um sonho gerido por cinco anos ser destruído na tarde de ontem após a passagem de um ciclone extratropical que atingiu o litoral de Santa Catarina. Ele é um dos nomes por trás da construção do clube flutuante Dejour, em Balneário Camboriú. A estrutura ficou à deriva no mar após rajadas de ventos que ultrapassaram os 100 km/h. Ao todo, ele estima que o prejuízo foi de R$ 8 milhões.
"Eu acompanhei toda a tragédia. Eu vi a estrutura se ruir. Foi um sonho sendo destruído e junto com esse sonho também são mais de 100 pessoas que íamos empregar diretamente", conta ele em entrevista ao UOL.
A estrutura tinha 950 metros quadrados e estava ancorada na Barra Sul. De acordo com Oliveira, que gerencia o empreendimento ao lado de Álvaro Garnero, Lucas Araújo e Marlon Cristiano, a ideia era inaugurar o clube na terceira semana de setembro. Segundo ele, esse seria o primeiro clube flutuante itinerante no país.
"O empreendimento começou a ser desenvolvido há mais de cinco anos, quando surgiu a ideia. O maior desafio foi justamente a parte burocrática porque a gente sabe que empreender no país é uma dificuldade imensa. Essa seria a primeira embarcação que foi criada para ser um clube, um espaço de entretenimento para toda a família. O objetivo era ficar aberto todos os dias da semana com spa, eventos corporativos, casamentos."
O projeto já estava quase pronto e eles aguardavam a passagem do período de pesca em Balneário Camboriú para a inauguração. "Utilizamos durante a montagem mão de obra da colônia dos pescadores, estávamos empregando o pessoal local, então a ideia da inauguração para setembro era também em respeito a este período de pesca, que ajuda na renda desses trabalhadores. Era uma forma de demonstrar apoio à sociedade."
Oliveira conta que, quando soube que um ciclone passaria pelo litoral catarinense, os sócios se prepararam para eventuais estragos e reforçaram a segurança do local. "Todas as amarras foram conferidas, aumentamos a segurança, com as âncoras e cordas", relata.
O clube estava em uma área provisória, específica apenas para a montagem. Para a inauguração, a estrutura seria transferida para o espaço final.
"A área onde estava a montagem é uma abrigada, e a gente fez o reforço na segunda. O que acabou ruindo a estrutura não foi nem o vento, mas o fato de ela ter sido levada para um local que não estava preparada, em alto mar", diz.
"Tivemos ondas de cinco metros de alturas e o local onde foi previsto para a instalação não tem ondas. Se ela estivesse na posição final, certamente com esse vento não seria levada para o alto mar. Talvez tivesse alguns danos, mas as âncoras, que já estavam instaladas na posição final, não permitiram que a estrutura voasse."
Oliveira calcula que o prejuízo total foi de R$ 8 milhões e que não há objetos que possam ser reutilizados na reconstrução do clube. "A gente perdeu tudo. A força do mar fez com que os materiais ficassem contra as pedras e até mesmo os flutuadores que pensávamos que poderíamos recuperar, perdemos 80% deles."
Em um vídeo gravado pelo canal do YouTube Fala JC, especializado em construção civil, é possível observar os destroços do flutuante próximo à praia.
O empresário afirma que não conseguiu ter a cobertura do seguro porque o clube ainda estava no processo de montagem e que o contrato só passaria a valer quando ele estivesse completamente pronto.
Apesar da perda, os sócios ainda têm esperança de reerguer o clube e criaram uma vaquinha virtual para recomeçar. "A gente ainda tem outros planos de captação, queremos trazer novos investidores que tenham interesse de fazer e reconstruir esse sonho", diz ele. A meta atualmente é de R$ 300 mil e, até a publicação desta reportagem, o valor arrecadado já ultrapassava os R$ 19 mil.
Ciclone em Santa Catarina
A passagem de um ciclone extratropical em Santa Catarina deixou estragos em diferentes cidades do estado. Em Florianópolis, a Defesa Civil interditou imóveis para garantir a segurança de cinco famílias. Ao todo, 21 pessoas ficaram desalojadas. No entanto, não há registro de desabrigados. A prefeitura ainda informou que também não houve feridos. A cidade segue com alerta máximo para deslizamentos de terra.
Já em Balneário Camboriú, a prefeitura optou pela suspensão das aulas em algumas unidades escolares da Rede Municipal. Na manhã de hoje, sete das 44 unidades estavam sem energia elétrica.
Em Joinville, as estações meteorológicas registraram 224 milímetros de chuva na região de Pirabeiraba, 160 milímetros na região central da cidade e 189 milímetros no Vila Nova. Não houve registro de feridos, mas a Defesa Civil recebeu relatos de deslizamentos de terra, quedas de muro, destelhamentos e alagamentos. Ontem, a Secretaria de Assistência Social ativou quatro Abrigos Provisórios para receber famílias desalojadas. Ao todo, são 470 vagas.
O município de Criciúma decretou estado de emergência. Mais de 70 pessoas foram retiradas de suas casas. A Defesa Civil registrou 62 ocorrências, entre alagamentos, movimento de massa e queda de árvores.
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