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Seca revela estátuas budistas e navios da Segunda Guerra na Europa e China

18.08.22 - Destroços de navio da Segunda Guerra submersos no rio Danúbio, na cidade de Prahovo, na Sérvia - FEDJA GRULOVIC/REUTERS
18.08.22 - Destroços de navio da Segunda Guerra submersos no rio Danúbio, na cidade de Prahovo, na Sérvia Imagem: FEDJA GRULOVIC/REUTERS

Do UOL*, em São Paulo

21/08/2022 10h07

A diminuição dos níveis dos rios em países da Europa e na China, decorrentes da seca que atinge o hemisfério norte neste verão, fez aparecer "tesouros" arqueológicos regionais.

Os achados vão de embarcações perdidas na Segunda Guerra Mundial até "pedras da fome" — lembretes feitos pelos povos das consequências geradas pela falta de água.

Na Servia, ficaram expostos os restos de mais de 20 navios alemães. O rio baixou para um de seus níveis mais baixos em quase um século como resultado da seca, o que fez com que se tornassem visíveis as carcaças afundadas perto da cidade portuária sérvia de Prahovo (veja foto acima).

Os navios estavam entre as centenas de navios afundados ao longo do Danúbio.

Na Espanha, um círculo de pedras pré-histórico tornou-se aparente novamente. O país, que sofre sua pior seca em décadas, voltou a ver o "Stonehenge espanhol" — uma referência às rochas localizadas na Inglaterra.

Oficialmente conhecido como Dólmen de Guadalperal, o círculo de pedras está atualmente totalmente exposto em um canto do reservatório de Valdecanas, na província central de Cáceres, onde as autoridades dizem que o nível da água caiu para 28% de sua capacidade.

O Dólmen foi descoberto pelo arqueólogo alemão Hugo Obermaier em 1926, mas a área foi inundada em 1963 em um projeto de desenvolvimento rural sob a ditadura de Francisco Franco.

Desde então, só foi visível na íntegra quatro vezes.

Dólmen de Guadalperal, na Espanha, fica exposto após reservatório de Valdecanas baixar  - REUTERS/Susana Vera - REUTERS/Susana Vera
Dólmen de Guadalperal, na Espanha, fica exposto após reservatório de Valdecanas baixar
Imagem: REUTERS/Susana Vera

Na China, a diminuição do nível de rio revelou estátuas budistas de 600 anos. O recuo no nível da água do rio Yangtze revelou uma ilha submersa na cidade de Chongqing, no sudoeste da China, na qual estão dispostas as três estátuas.

Elas foram encontradas na parte mais alta do recife da ilha chamada Foyeliang, inicialmente identificada como uma construção das dinastias Ming e Qing. Uma das estátuas mostra um monge sentado em um pedestal de lótus.

As chuvas na bacia do Yangtze estão cerca de 45% abaixo do normal desde julho, e as altas temperaturas devem persistir por pelo menos mais uma semana, segundo as previsões oficiais.

Até 66 rios em 34 condados em Chongqing secaram, disse a emissora estatal CCTV na sexta-feira.

Estátuas budistas de 600 anos apareceram após baixa histórica do rio Yangtze, na China - THOMAS PETER/REUTERS - THOMAS PETER/REUTERS
Estátuas budistas de 600 anos apareceram após baixa histórica do rio Yangtze, na China
Imagem: THOMAS PETER/REUTERS

Alemanha volta a ver "pedras da fome", avisos deixados por pessoas no passado. A memória das secas passadas foi revivida com o reaparecimento das chamadas "pedras da fome" ao longo do rio Reno. Muitas dessas pedras tornaram-se visíveis nas margens do maior rio nas últimas semanas.

Com datas e iniciais de pessoas, seu reaparecimento é visto por alguns como um aviso das dificuldades que as pessoas enfrentaram durante as secas antigas. As datas visíveis nas pedras de Worms, ao sul de Frankfurt, e de Rheindorf, perto de Leverkusen, incluem 1947, 1959, 2003 e 2018.

O ano de 1947 está marcado nesta "pedra da fome" em Worms, Alemanha, como alerta para as consequências da seca escrito há 75 anos  - MAXIMILIAN SCHWARZ/REUTERS - MAXIMILIAN SCHWARZ/REUTERS
O ano de 1947 está marcado nesta "pedra da fome" em Worms, Alemanha, como alerta para as consequências da seca escrito há 75 anos
Imagem: MAXIMILIAN SCHWARZ/REUTERS

*Com informações da Reuters