Carlos França cita facada em Bolsonaro para repudiar ataque a Kirchner
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, citou a facada sofrida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018 para repudiar e cobrar apuração do atentado da qual a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi alvo ontem.
"Creio ser um ato injustificável, que merece rigorosa apuração. E, claro, repudiamos intolerância política, de que o presidente da República também foi vitima em 2018", afirmou hoje o chanceler, ao jornal O Globo.
Um brasileiro foi identificado como suspeito de ter apertado o gatilho de uma arma, que não disparou, contra a Kirchner. Fernando Sabag Montiel, de 35 anos, portava uma pistola Bersa 380, calibre 32, de fabricação argentina, carregada com cinco balas, segundo informações da Polícia Federal à imprensa.
O chanceler disse ao jornal que está em contato permanente com o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Reinaldo Salgado, e espera ter mais informações, até "agora muito desencontradas", sobre o episódio nas próximas horas.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, não se posicionou sobre o episódio. Outros presidenciáveis já lamentaram a tentativa de assassinato.
Prisão do autor do atentado contra Kirchner
O autor da tentativa de atentado tentou fugir ao ser flagrado, mas foi agarrado pela camiseta, no meio da multidão reunida próximo ao prédio onde a ex-presidente mora, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires.
O homem foi preso e levado a uma delegacia na cidade de Buenos Aires, onde, no fim da noite de ontem, continuava detido. A expectativa é que ele preste declaração hoje.
De acordo com fontes policiais, ele já teria sido preso pela Polícia da Cidade em março de 2021 quando portava uma faca.
Montiel teria chegado à Argentina ainda criança, em 1996. De acordo com informações da polícia coletadas das redes sociais de Montiel, ele possui tatuagens com símbolos nazistas e se identificava como Fernando 'Salim' Montiel. Era seguidor de grupos como 'comunismo satânico', entre outros 'ligados ao radicalismo e ao ódio', como definiu o portal do jornal La Nación, de Buenos Aires.
*Com informações da RFI
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