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Vídeo mostra policiais no imóvel de casal de brasileiros morto nos EUA

Maurício Businari

Maurício Businari

05/09/2022 23h11

Um vídeo publicado no YouTube mostra a ação da polícia de Massachusetts ao atender o chamado para verificar uma ocorrência de assalto na residência do casal de brasileiros encontrado morto nos EUA. As imagens mostram a movimentação dos agentes até o momento em que descobrem que o chamado, na verdade, cobriria um homicídio e um suicídio. Aline de Lima Ferreira de Castro, 38 anos, tinha sido assassinada a facadas pelo marido, Luiz Castro Junior, 44, que teria se enforcado em seguida.

Em frente aos dois filhos do casal, Aline teria levado cinco facadas no pescoço. Logo em seguida, o marido teria ido para o banheiro e se suicidado.

Aproximadamente às 2:48 da manhã de sexta-feira (2), o Departamento de Polícia de Barnstable respondeu a um chamado na 66 Murray Way, em Hyannis, a maior das sete aldeias da cidade. Ao telefone, um menino de 11 anos, que havia ligado para a polícia para contar que seu pai agrediu sua mãe com uma faca e, depois, havia se trancado em um banheiro da residência.

No vídeo, é possível ver os agentes cercando a entrada da casa, chamando pelo nome Junior, sobrenome de Luiz Castro. Com as crianças já do lado de fora da residência, em segurança, eles entram e revistam o primeiro andar. Em dado momento, um dos policiais faz sinal para os demais, apontando para o andar superior. Nesse momento, um dos agentes começa a gritar para o homem, enquanto o grupo sobe a escada.

"Aqui é a polícia. Se você estiver aí dentro do banheiro, levante as mãos agora. Erga as mãos". Depois, o policial grita o nome do marido de Aline: "Junior, se você estiver dentro do banheiro, mãos para cima, agora". Depois é possível ouvir o barulho da porta sendo arrombada e os gritos cessam. Outros dois policiais armados sobem até o segundo andar.

Depois, um deles desce correndo as escadas para pegar uma sacola, possivelmente um kit de atendimento médico. A cena corta para a chegada da viatura de resgate. A certa altura, os paramédicos de Hyannis trouxeram uma maca até a porta, mas pouco depois colocaram a maca vazia de volta na ambulância e limparam a cena.

Quase ao final, é possível ver as imagens, protegidas, das pernas das duas crianças que estavam na residência caminhando na rua ao lado de um homem, de bermuda e chinelos.

Marido teria sido preso na quinta

Testemunhas ouvidas pela polícia disseram que o casal teria brigado ainda na quinta-feira, mais cedo. Luiz teria então sido preso e pagou fiança para ser solto. Já na madrugada da sexta-feira, ele teria praticado o crime.

Segundo apurou o site de notícias locais HN (Hyannis News), amigos do casal disseram já ter conhecimento da violência de Luiz contra Aline. Ouvidos pela polícia, eles disseram que até mesmo suas crianças, que já teriam ido à casa do casal para brincar com os dois filhos deles, diziam que "ele [Luiz] havia tentado matar a esposa dele".

O jornalista Rob Bastille, do HN, está ajudando a comunidade de brasileiros a levantar fundos para custear os funerais de Aline e Luiz Castro. "Conversamos com dois dos principais organizadores, Talita Camilo e Jian Barcelo, e soubemos que os meninos não têm família localmente", escreveu, em uma nota no site.

Segundo o jornalista, os organizadores informaram que os meninos não estão sob custódia do estado, mas na companhia de uma amiga de sua mãe, Patrícia, que se ofereceu para cuidar deles, tornando-os parte de sua família.

"O HN também soube que os organizadores da vaquinha online têm falado com a avó materna do menino que está atualmente em São Paulo. Uma das ideias que prevalece é obter um visto de emergência para a avó viajar para Cape Cod para ficar com os netos", escreve o jornalista na nota. "Mas há vários obstáculos a serem superados. Eles precisam de uma certidão de óbito e uma forma de levar a avó das crianças ao consulado americano mais próximo", avisa.

Você precisa de ajuda?

A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher, em todo o país. O serviço também é acessível em outros países.

Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV (https://www.cvv.org.br/) funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente.