Vídeo mostra que brasileiro sabia manipular arma usada contra Kirchner
Um vídeo recuperado do cartão SIM do celular de Fernando Sabag Montiel mostra o brasileiro, meses atrás, manipulando uma arma que seria usada no ataque a Cristina Kirchner, no dia 1° de setembro. Segundo fontes judiciais ouvidas pelo portal de notícias argentino Clarín isso acaba "corroborando que ele estava ciente de seu uso".
A Justiça também teve acesso ao depoimento de um militante que estava do lado de fora da casa da vice-presidente na noite do atentado e que, depondo como testemunha perante a justiça federal, disse ter visto o acusado fazer "uma tentativa de manipulação para mover o slide" da arma calibre Bersa 32, após o tiro não sair. No slide (ou ferrolho) da pistola foi confirmado que havia DNA do principal réu no caso.
Segundo a Justiça informou ao Clarín, o brasileiro tinha a pistola Bersa guardada há um ano em sua casa, em San Martín. Ele ainda mantinha ao lado dela duas caixas com 50 munições cada, compatíveis com o calibre da arma que colocou a poucos centímetros da cabeça da vice-presidente.
Uma das questões levantadas no processo investigado pela juíza federal María Eugenia Capuchetti e pelo promotor Carlos Rívolo era se ele tinha a real intenção de assassinar Cristina Kirchner. Depois de disparar duas vezes, o tiro não saiu. Essa circunstância trouxe uma série de questionamentos sobre o manuseio da pistola e o conhecimento do seu funcionamento.
A Justiça argentina avançou numa tese específica, de que Montiel queria "matar Cristina Kirchner, contando com planejamento e acordo prévio" entre ele e a sua companheira, Brenda Uliarte. Essa é a acusação que pesa sobre o casal e que os levará a processo por tentativa de homicídio.
Diante da justiça federal, uma testemunha disse que viu Montiel manipular a arma, mais especificamente, mover o slide da arma. Ele disse que naquela quinta-feira, em meio à militância, o brasileiro "não tinha muita capacidade de movimentação", mas que em poucos segundos pôde observar como "pegou a arma que estava contra o corpo e tentou manipulá-la", na tentativa de acionar a arma.
O depoimento ganha força por um detalhe: a Bersa 32 é semiautomática e, para as balas entrarem na câmara, é preciso mover o slide, explicaram fontes no caso.
Essas palavras são vistas pelos investigadores como mais uma prova que complica a situação do homem de 35 anos. "No slide da arma havia DNA de Montiel e é consistente com o depoimento recebido", explicaram fontes do caso ao Clarín.
A posse da arma faz parte das provas analisadas e somadas à acusação contra Montiel, que traz ainda mais uma informação: ele não tinha autorização para carregá-la.
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