Governo dos EUA critica violência no Brasil: 'Vamos monitorar as eleições'
A Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, afirmou hoje que irá acompanhar "de perto" as eleições no Brasil, no próximo domingo (2).
"Como uma democracia parceira do Brasil, continuaremos a acompanhar as eleições com a plena expectativa de que elas serão conduzidas de maneira livre, justa, transparente e credível com todas as instituições relevantes operando de acordo com a regra constitucional", afirmou.
Na manifestação, a Casa Branca critica a incidência de violência política no país e pede manifestações pacíficas. "Temos visto relatos recentes de violência. E, embora o direito ao protesto seja fundamental em qualquer democracia, os Estados Unidos condenam qualquer violência e exortam os brasileiros a fazerem suas vozes serem ouvidas de forma pacífica. Acreditamos que isso é importante nesta eleição", destacou.
Em linha com o que afirmou o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal) ao determinar a suspensão de trechos de decretos em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) facilitou a compra e o porte de armas de fogo, no país, a manifestação também ocorre num momento em que, na Itália, a vitória da coalizão de extrema-direita abriu caminho para a chegada da primeira mulher ao poder na história da península europeia.
"Nós vamos monitorar essas eleições, em particular a do Brasil. Vamos acompanhá-las de perto e confiar na força das instituições democrática do Brasil", afirmou a Casa Branca.
Na última semana, o chefe da embaixada dos EUA no Brasil, Douglas Koneff, defendeu o sistema eleitoral brasileiro em reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Paulo.
No encontro com o petista, Koneff disse que o governo norte-americano respeita as autoridades eleitorais do país. O governo de Joe Biden tem enviado sinais de apoio ao trabalho do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) diante de ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e a ministros da Corte Eleitoral e do STF.
Em julho, o governo dos EUA havia afirmado, em nota, que as eleições brasileiras "servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo". A manifestação ocorreu depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter afirmado em reunião com diplomatas internacionais que os ministros do TSE buscam eleger políticos de esquerda ao supostamente impedirem que medidas de transparência sobre o sistema de votação sejam adotadas.
O mandatário é um proponente do voto impresso e tem feito reiterados ataques às urnas eletrônicas, muitos dos quais foram refutados por especialistas em segurança digital e órgãos oficiais, como a Polícia Federal. O posicionamento do governo norte-americano, divulgado por meio de nota emitida pela Embaixada dos EUA, se soma às dezenas de entidades do Poder Judiciário e da sociedade civil.
"Os Estados Unidos confiam na força das instituições democráticas brasileiras. O país tem um forte histórico de eleições livres e justas, com transparência. As eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo", afirmou o governo norte-americano.
"Estamos confiantes de que as eleições brasileiras de 2022 vão refletir a vontade do eleitorado. Os cidadãos e as instituições brasileiras continuam a demonstrar seu profundo compromisso com a democracia. À medida que os brasileiros confiam em seu sistema eleitoral, o Brasil mostrará ao mundo, mais uma vez, a força duradoura de sua democracia", disse em nota.
Urnas eletrônicas são seguras
Declarações de Bolsonaro que colocam sob suspeita o processo eleitoral brasileiro são falsas e os resultados de todas as eleições realizadas desde sua implementação são confiáveis, afirmam especialistas em segurança digital ouvidos pelo UOL. Especialistas e autoridades, inclusive peritos da PF e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), também afirmam que a urna eletrônica é segura.
Segundo eles, nenhum sistema é 100% seguro. No entanto, na prática, é extremamente improvável aplicar uma fraude em larga escala na votação com urnas eletrônicas, já que isso implicaria a violação de inúmeras máquinas espalhadas pelo país. Mesmo assim, o TSE leva em conta, em seus testes de segurança, situações que são de complexa execução.
Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas —parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000— nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.
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