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Homem mata namorada e se livra do corpo em privada de casa no México

O engenheiro disse que picou o corpo da namorada e jogou no vaso porque não queria que ninguém soubesse do crime - Reprodução/Redes Sociais
O engenheiro disse que picou o corpo da namorada e jogou no vaso porque não queria que ninguém soubesse do crime Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Colaboração para o UOL

21/10/2022 17h41

Um homem de 46 anos, que matou a namorada de 25, foi condenado a 70 anos de prisão no México. Ele picou o corpo da jovem e jogou pedaços no vaso sanitário. A sentença chega no momento em que o México começa a implementar leis mais duras para acabar com o feminicídio no país.

Erik Francisco Robledo foi condenado por um juiz da Prisão Masculina Oriente, no México, após ser considerado culpado pelo feminicídio de sua namorada, Ingrid Escamilla, 21 anos mais nova que ele, em 9 de fevereiro de 2020.

À época, atuando como engenheiro civil, ele teria dito aos policiais que assassinou a jovem de 25 anos antes de esfolar e desmembrar seu cadáver e jogar pedaços do corpo e os órgãos internos no vaso sanitário.

Segundo a polícia, vizinhos ligaram para a SSC (Secretaria de Segurança Cidadã) quando viram o homem saindo do prédio onde morava, coberto de sangue.

Imagens registradas no momento da prisão mostram Robledo em um carro, com bandagens na cabeça e sangue no peito enquanto supostamente conversa com um policial.

No vídeo, ele diz: "Começamos a discutir e brigamos. Ela disse querer me matar e eu disse para ela fazer isso. Ela pegou uma faca e eu disse para fazer isso de uma vez. Ela me esfaqueou uma vez e eu disse para fazer mais forte. E ela tentou mais duas vezes".

Quando lhe perguntaram por que desmembrou o corpo da namorada, ele respondeu: "Não queria que ninguém soubesse. Eu usei a mesma faca que ela me atacou. Joguei pedaços de seu corpo na privada porque me senti envergonhado".

A promotora de violência de gênero, Nelly Montealegre, disse que o caso foi tratado como feminicídio, pois a vítima tinha um relacionamento com seu suposto assassino.

Ingrid Escamilla supostamente apresentou uma queixa contra seu parceiro em julho de 2019 antes de retirar as acusações.

Ela era mestranda em administração de empresas de turismo e muitas vezes se descreveu nas redes sociais como uma garota que gosta de aventuras, animais de estimação e natureza.

Robledo foi preso imediatamente após o assassinato, mas a audiência foi adiada para dois anos depois.

26 audiências depois

O processo judicial durou mais de 26 audiências e finalmente chegou ao fim ontem. Robledo foi considerado culpado e condenado a 70 anos de prisão, a pena máxima que um criminoso pode obter no México.

"Conseguimos uma sentença de 70 anos de prisão contra o réu após provar sua responsabilidade criminal no feminicídio da jovem", anunciou a Procuradoria Geral de Justiça da Cidade do México, após a audiência.

Robledo também recebeu uma multa pesada para cobrir as despesas do funeral e uma compensação adicional para a família da vítima.

Após o anúncio da sentença, Antelma Vargas, mãe de Ingrid, disse estar satisfeita com a decisão do juiz, pois, em sua opinião, a partir da decisão, será possível obter justiça para as vítimas de feminicídio. Conseguir a pena máxima contra o feminicídio era um dos principais objetivos da família de Ingrid desde sua morte.

"Sinto-me satisfeita, embora isso não vá trazer minha filha de volta à vida, mas para aquelas pessoas que estão vivendo esses processos que vivemos tanto tempo, que não desistem, que não perdem a fé, que elas lutem até atingirem seu objetivo, porque elas podem", declarou.