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Turbulência: Especialistas tentam explicar o que ocorreu em voo da Latam

O avião da Latam teve um dos motores, parte da fuselagem, o nariz e o para-brisa avariado pela tempestade de granizo - Reprodução/Redes Sociais
O avião da Latam teve um dos motores, parte da fuselagem, o nariz e o para-brisa avariado pela tempestade de granizo Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

28/10/2022 18h53Atualizada em 28/10/2022 18h53

Os radares meteorológicos do avião que enfrentou uma tempestade para chegar a Assunção, no Paraguai, poderiam mostrar que havia condições severas para voar, dizem especialistas. A aeronave da Latam Airlines, com 48 passageiros a bordo, sofreu graves danos após enfrentar uma tempestade de granizo na região da fronteira do Paraguai com o Brasil e teve que realizar um pouso de emergência após um dos motores e a fuselagem enfrentarem avarias, que incluíram rachaduras no para-brisa.

Ao MetSul, o meteorologista Luiz Fernando Nachtigall, especialista em Meteorologia Aeronáutica, disse que seria possível observar pelos radares uma "situação perigosa".

"O que víamos sobre o Paraguai nos radares de superfície e satélites mostrava uma situação extremamente perigosa para voar. Havia um alinhamento de células de temporal de difícil desvio porque formavam uma verdadeira linha contínua de tempestade em rota, condição que será objeto da investigação aeronáutica", afirmou Nachtigall.

Ao ABC Color, Vicente Quiñónez, ex-comandante de aviões Airbus A320 da Latam, disse que a utilização de radares ajuda a compreender as condições do tempo, mas nem sempre é possível obter as informações com exatidão.

"O radar meteorológico vai informar sobre as diferentes temperaturas exteriores que existe. Ele pode ter conhecimento de como está a meteorologia por fotografias, que não indicam onde há granizo ou turbulência severa, apenas diferencia a temperatura e onde estão as condições mais pesadas. O piloto não é um kamikaze, vai buscar desviar o máximo possível, ninguém quer entrar em uma turbulência pesada, como foi nesse caso".

Declarar emergência diante da situação, no entanto, foi uma atitude correta para os especialistas. Osvaldo Salinas, expert em Aeronáutica, disse que um voo pode declarar emergência em situações realmente desastrosas, quando há problemas no ar ou quando "o comandante verdadeiramente se assusta por esses inconvenientes".

Segundo ele, os aviões "quase nunca" passam por uma tempestade, exceto que não haja outra alternativa. Para ele, não é possível entender a decisão de não ter esperado mais tempo no desvio, em Foz do Iguaçu, até que a tempestade acalmasse.