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Homem inocente que ficou 30 anos preso morre após ganhar liberdade nos EUA

Claude Francis Garret, 66, curtia o cachorro da família e o neto pequeno nos cinco meses de liberdade que teve antes de falecer, em 30 de outubro - Twitter/LilianaSegura
Claude Francis Garret, 66, curtia o cachorro da família e o neto pequeno nos cinco meses de liberdade que teve antes de falecer, em 30 de outubro Imagem: Twitter/LilianaSegura

Colaboração para o UOL

04/11/2022 15h23

Depois passar 30 anos na cadeia por um crime que não cometeu, um homem do Tennessee, estado localizado no sul dos Estados Unidos, morreu, cinco meses após deixar a prisão, aos 66 anos. Claude Francis Garret faleceu enquanto dormia, no último domingo (30).

De acordo com o New York Post, Francis foi falsamente condenado pela morte da namorada Lorie Lee Lance, em 1993. No entanto, em maio deste ano, a evidência que serviu como prova da autoria do crime foi anulada.

"Nos últimos 5 meses, Claude apreciou sua liberdade", escreveu Liliana Segura, após a morte do amigo. "Ele aproveitou cada momento com sua filha, Deana, e especialmente seu neto, que ele absolutamente adorava".

Em 24 de fevereiro de 1992, Lorie, com quem Garret planejava se casar, morreu em um incêndio na casa onde moravam. À época, os investigadores alegaram que os padrões de queimadura na mulher indicavam que o fogo foi ateado propositalmente. Garret tinha 35 anos quando foi sentenciado à prisão perpétua pelo juri popular, que levou três dias para deliberar a decisão.

Para o site The Intercept, Lilliana Segura conta que, durante o período na prisão de segurança máxima de Riverband, Garret fez inúmeros apelos às cortes para reverem a sentença, mas só após 28 anos de espera, a Justiça começou a reinvestigar o caso.

Nos dois anos seguintes, a promotoria colheu evidências e provas, sobretudo de cientistas especializados, que explicaram como as provas usadas contra Garret eram falhas, o que levou à libertação do homem.

"Claude tinha planos. Ele queria que o estado fosse responsabilizado por sua condenação injusta", escreveu sua amiga no Twitter. "É incompreensível para mim que as pessoas mais responsáveis por roubar tanto de sua vida nunca terão que confrontar o que fizeram".