Protestos deixam 326 mortos no Irã, diz grupo de direitos humanos
As forças de segurança do Irã, no Oriente Médio, mataram pelo menos 326 pessoas desde que protestos eclodiram em todo o país há dois meses, afirmou a IHRNGO, uma organização iraniana de direitos humanos com sede na Noruega.
A atualização do número, realizada ontem (12), inclui 43 crianças e 25 mulheres, um "mínimo absoluto" nas palavras da ONG reproduzidas pela CNN americana. A organização afirma ter registrado mortes em 22 províncias, principalmente em Sistão, Baluchistão, Teerã, Mazandaran, Curdistão e Gilan.
Por que o Irã protesta? O Irã está enfrentando uma de suas maiores demonstrações de dissidência desde setembro, quando morreu Mahsa Amini, uma iraniana de etnia curda de 22 anos presa pela polícia moral do Irã por supostamente não usar corretamente seu hijab —o véu que cobre os cabelos e o corpo das mulheres muçulmanas.
A revolta pública contra sua morte combinou com uma série de queixas contra o regime iraniano por reprimir as manifestações, que continuaram apesar das recomendações ao judiciário para "não mostrar clemência" aos manifestantes.
Celebridades apoiam protestos. Apesar das mortes e prisões, celebridades e atletas iranianos vêm apoiando as manifestações contra o governo nas últimas semanas.
Enquanto isso, a IHRNGO pediu à comunidade internacional que tome "ações firmes" contra o número de mortos, que não para de crescer. A ONG pediu à ONU a responsabilização das autoridades da República Islâmica "por sua grave violação aos direitos humanos".
"Estabelecer um mecanismo internacional de investigação pela ONU facilitará a responsabilização dos envolvidos e aumentará o custo da repressão contínua", afirmou Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor da IHRNGO.
Na sexta-feira (11), representantes das Nações Unidas pediram às autoridades do Irã que parassem "de usar a pena de morte como ferramenta para reprimir protestos".
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