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Peru tem 1ª presidente mulher: saiba quem é Dina Boluarte, vice de Castillo

Do UOL, em São Paulo

07/12/2022 17h56Atualizada em 07/12/2022 20h52

A advogada Dina Ercilia Boluarte Zegarra, 60, se tornou-se hoje a primeira presidente mulher do Peru. Dina Boluarte entrou no governo como vice-presidente na chapa com Pedro Castillo, mas, após a queda do presidente, Dina foi empossada na tarde de hoje.

Mais cedo, Castillo anunciou à nação que iria dissolver o Congresso Nacional e instituir um "governo de emergência excepcional" a fim de convocar novas eleições e, posteriormente, mudar a Constituição do país. O então presidente causou uma aceleração no Congresso, que aprovou o impeachment dele por "incapacidade moral".

Dina, então, foi chamada para assumir o governo, depois de ocupar a vaga de vice de 28 de julho de 2021 até hoje, além de ter comandado o Ministério do Desenvolvimento e Inclusão Social, função que deixou no mês passado.

Ao ser empossada, declarou que, "antes de política, sou uma cidadã e mãe peruana, que tem pleno conhecimento da alta responsabilidade que a história põe em meus ombros". "E, atendendo a essa responsabilidade, em respeito a milhões de mães peruanas, que, dia após dia, procuraram sustento para suas famílias, e são exemplos de coragem."

Todos sabemos, foi produzido um golpe de estado, promovido pelo senhor Pedro Castillo
Dina Boluarte, nova presidente do Peru

A presidente também afirmou que "governar o Peru não será tarefa fácil" e declarou que irá priorizar a economia e o combate à corrupção.

Antes de ser vice, Dina se candidatou, em 2016, à Câmara de Surquillo; em 2018, à Prefeitura de Lima; e, em 2020, tentou uma cadeira no Congresso. Nessas ocasiões, a advogada, nascida em Chalhuanca, não foi eleita.

Em janeiro deste ano, a então vice-presidente foi expulsa do partido que integrava, o Perú Libre. A sigla decidiu removê-la após falas dadas por ela de que "nunca abraçou a ideologia do Perú Libre", partido de extrema-esquerda. Segundo a diretoria, as declarações da advogada causaram "difamação ou falta de credibilidade" para o partido.

Nesta segunda-feira (5), uma comissão do Congresso arquivou um pedido de impeachment contra Dina por falta de evidências. A advogada foi acusada de uma suposta infração constitucional devido a uma denúncia da Controladoria por exercer um cargo em uma entidade privada enquanto ocupava o cargo público —algo que a lei peruana proíbe.

Dina assume um país com instabilidade e crise. Ela é a sexta pessoa a assumir a liderança do país desde 2018, quando Pedro Pablo Kuczynski renunciou. Martín Vizcarra assumiu a liderança do país por dois anos até sofrer um impeachment, sendo sucedido por Manuel Merino em novembro de 2020 —ele ficou 5 dias no cargo e renunciou, tornando Francisco Sagasti presidente. Castillo, então, foi eleito e hoje substituído por sua vice, Dina, após seu impeachment.

Ao menos 12 ministros renunciaram na tarde de hoje —o Peru possui 19 ministérios. Além disso, existe um problema de confiança da população tanto com o Congresso quanto com o então presidente.

A reprovação do parlamento chega a 86% nas pesquisas. Castillo, por sua vez, é rejeitado por 70% dos peruanos e também enfrenta acusações de corrupção envolvendo até mesmo seus familiares e políticos aliados.