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Peru: Pedro Castillo tentou chegar à Embaixada do México antes de prisão

Pedro Castillo deixando a Prefeitura de Lima em um veículo por volta das 21h (às 22h, no horário de Brasília) em direção à prisão - Reprodução/La República
Pedro Castillo deixando a Prefeitura de Lima em um veículo por volta das 21h (às 22h, no horário de Brasília) em direção à prisão Imagem: Reprodução/La República

Do UOL, em São Paulo

08/12/2022 09h08

O agora ex-presidente do Peru Pedro Castillo, afastado e preso após tentar dar um golpe de Estado, se dirigia à Embaixada do México no momento em que foi detido, aponta o relatório policial feito sobre o caso. As informações foram obtidas pela TV peruana Canal N.

A linha do tempo. Logo após fazer um pronunciamento à nação, no qual determinava a dissolução do Congresso e a instauração de um governo de exceção no Peru, Castillo entrou em um veículo da guarda presidencial com sua esposa e com uma das filhas, além de seu então chefe de gabinete.

O destino era desconhecido pelos militares que faziam a escolta presidencial. Apenas no meio do caminho é que o motorista de Castillo, o sargento Josspeh Michael Grandez López, foi orientado a ir para a Embaixada do México, relatou ele à Polícia Nacional.

Minutos depois, Grandez López recebeu uma ligação do chefe da Polícia Nacional estadual, o general Iván Lizzeti Salazar, que determinava que Castillo fosse detido pelas suspeitas dos crimes de rebelião, abuso de autoridade e infração.

Com a ordem, o motorista deteve a comitiva e deu prosseguimento à detenção de Pedro Castillo. Em seguida, o conduziu até a sede da Prefeitura de Lima para as diligências.

Depois, o Congresso aprovaria o afastamento de Castillo por incapacidade moral para permanecer no cargo.

À noite, Pedro Castillo foi transferido para a sede da Diroes (Direção de Operações Especiais da Polícia), uma unidade de elite da Polícia Nacional, em Lima, como parte da investigação do Ministério Público contra ele, segundo informou o jornal "La República". O local é o mesmo onde está preso o ex-ditador Alberto Fujimori.

México estava disposto a dar asilo. Em entrevista a uma TV mexicana, o ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, disse que o governo de seu país concederia o asilo a Castillo. No entanto, o peruano não fez uma solicitação do gênero.

A posição mexicana é a mesma adotada em 2019, quando o país ofereceu asilo ao ex-mandatário boliviano Evo Morales. Só que no caso de Bogotá, o então presidente havia sofrido um golpe de Estado, não tentado aplicar um - como ocorreu ontem no Peru.

Vice de Castillo assume e se torna primeira mulher a comandar país. A advogada Dina Boluarte assumiu ontem a presidência do Peru. A cerimônia de juramento de posse aconteceu pouco mais de duas horas após a votação sobre o afastamento de Castillo.

Boluarte é a primeira mulher presidente o país, e a 6ª pessoa a ocupar o cargo desde março de 2018. O mandato terminará em julho de 2026.

  • Reconhecimento de golpe: Antes de assumir, Boluarte tinha rechaçado publicamente o ato do ex-presidente de dissolver o Congresso.
  • Primeiro discurso: A nova presidente disse que governar o Peru "não será tarefa fácil", que vai priorizar a economia e combater a corrupção, e defendeu a urgência de uma reforma política.