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DNA e árvore genealógica desvendam mistério de esqueleto achado há 31 anos

A polícia concluiu que a ossada pertencia a Robert Mullins, que desapareceu em 1989 - Divulgação/Pickaway County Sheriff"s Office
A polícia concluiu que a ossada pertencia a Robert Mullins, que desapareceu em 1989 Imagem: Divulgação/Pickaway County Sheriff's Office

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/12/2022 04h00

Um grupo de investigadores conseguiu desvendar o mistério em torno dos restos mortais de um homem. Seu esqueleto foi encontrado em uma fazenda de 1991, mas durante 31 anos não havia sido identificado. Sabe-se agora que a vítima era Robert A. Mullins, de Columbus (EUA).

A ossada foi localizada em uma cova rasa, dentro de uma propriedade particular em Pickaway County, em Ohio, em novembro de 1991, segundo a CNN.

No início das investigações, as autoridades acreditaram que se tratava de uma mulher nativa americana, de cerca de 25 anos, devido à baixa estatura, de 1,50 m.

No entanto, análises mais profundas revelaram que os restos mortais estavam enterrados na cova rasa havia pelo menos três anos, informou o Gabinete do Xerife do Condado de Pickaway, na época.

Ao longo dos anos, os métodos e recursos para análise de DNA e perícia forense passaram por avanços, que permitiram descobertas inéditas nesses campos e as condições beneficiaram também o rumo das investigações a respeito da misteriosa ossada.

Em 2012, os cientistas da North Texas University conseguiram extrair DNA dos restos mortais. Eles descobriram que os ossos pertenciam a um homem que poderia ter sido descendente de povos do sudeste da Ásia, especialmente da Índia.

"Durante muitos anos, a única coisa disponível eram bancos de dados criminais para DNA", disse o procurador-geral de Ohio, Dave Yost.

"Quando os resultados não foram imediatos e o caso esfriou, a polícia do condado de Pickaway insistiu e continuou tentando até que a evolução da tecnologia de DNA finalmente rendeu uma identidade para o homem morto".

Em parceria com as autoridades locais, a empresa AdvanceDNA carregou o perfil de DNA para bancos de dados de árvores genealógicas ao longo de meses.

"Construímos uma extensa árvore genealógica contendo mais de 4 mil pessoas", explicou Amanda Reno, porta-voz da AdvanceDNA. "Nossa pesquisa se estendeu a partir da Virgínia, passando pelo Kentucky, Canadá e até a Inglaterra. Localizamos pessoas que poderiam ser primos distantes ou parentes da vítima, pois correspondiam ao DNA. Por meio de novas análises, conseguimos desenvolver um perfil específico para o indivíduo", completou.

Segundo o Gabinete do Xerife de Pickaway, o processo de verificação dos materiais genéticos ajudou os investigadores a concluírem que os restos mortais pertenciam a Robert A. Mullins, que residia na cidade de Columbus, em Ohio.

Procurada pela polícia, a família de Mullins disse que ele desapareceu entre 1988 e 1989, quando tinha 21 anos.

"Com o avanço da ciência, as descobertas a partir do DNA se tornam possíveis", disse Dave Yost. "Hoje esse círculo se fecha. E esse é o primeiro passo para o resto da justiça".

Agora, a investigação segue um novo rumo e a polícia trabalha para averiguar se o caso consistiu em homicídio.