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Aflição e mistério: O que se sabe da prisão de casal brasileiro no Líbano

Famílias de Juliana e Igor ficaram sem notícias por 11 dias, até autoridades de Consulado notificarem prisão - Reprodução/Facebook
Famílias de Juliana e Igor ficaram sem notícias por 11 dias, até autoridades de Consulado notificarem prisão Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

05/01/2023 04h00

O casal Juliana Nunes do Nascimento, 31, e o marido, Igor Antônio Cabral, 26, de Carazinho (RS), foi localizado em uma prisão de Beirute, capital do Líbano, após 11 dias sem dar notícias para amigos e familiares. A detenção ainda não foi esclarecida nem para a família dos dois.

De desaparecidos a detidos

  • Juliana, nascida em Belém (PA), e Igor, de Carazinho (RS), deixaram a cidade gaúcha onde viviam no dia 13 de dezembro.
  • Segundo familiares, o motivo da viagem seria a necessidade de realizar compras de Natal em São Paulo.
  • O último contato feito por um dos dois brasileiros foi feito em 18 de dezembro.
  • Somente no dia 29, a família de Igor foi notificada pelo consulado brasileiro no Líbano que os dois foram detidos assim que desembarcaram no Aeroporto de Beirute, dez dias antes.
  • Até o momento, os dois seguem em um presídio libanês e não houve contato telefônico com os familiares.

O casal chegou a ser considerado desaparecido, depois que uma denúncia foi formalizada junto à polícia paulista. Parentes de Juliana fizeram até mesmo uma vaquinha para acompanhar de perto as investigações, sem qualquer pista de que os dois haviam deixado o país.

Igor e Juliana não chegaram a entrar no Líbano em liberdade. Ao UOL, a delegada da Polícia Civil do Rio Grande do Sul Rita Felber de Carli, responsável pela investigação do caso, informou que Igor e Juliana foram detidos assim que chegaram no Aeroporto de Beirute, no dia 19 de dezembro.

Não recebemos informação sobre o motivo da detenção, apenas que os fatos seriam apurados em Beirute e que as informações sobre a condição deles no país seriam passadas para os familiares.
Rita Felber de Carli, delegada

Como tem atuado o Consulado?

  • Juliana e Igor já vem recebendo apoio de autoridades consulares.
  • Foi o consulado brasileiro no Líbano que acionou os familiares do casal, em 29 de dezembro, para informar da detenção no país.
  • Em nota ao UOL, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que foi notificado pela Embaixada do Brasil em Beirute sobre o caso e "presta assistência cabível aos nacionais brasileiros, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local".
  • O Itamaraty esclareceu ainda que informações detalhadas sobre o caso só "poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos", que tem sua privacidade protegida pela Lei de Acesso à Informação.

Depois que começou o namoro, ficaram quase um ano ali e foram morar sozinhos, então ele foi se distanciando. Não sabemos em que circunstâncias ele foi pra lá. Eu acho que ele foi obrigado.
Josimar Ferreira Cabral, pai de Igor

O casal detido no Líbano era discreto nas redes sociais. A dupla não costumava compartilhar muito de suas vidas pessoal ou profissional em seus perfis no Instagram e no Facebook. Ela costumava aparecer em fotos ao lado do marido e seu perfil público informa apenas que ela trabalha em um hospital de Carazinho (RS) e estudou no Centro Universitário da Amazônia, mas sem informações sobre cursos realizados.

Igor mantém suas contas trancadas apenas para conhecidos. No entanto, ele aparece em vídeos em apresentações de música sertaneja com o pai, na dupla que batizou de Renan e Rael.