Mulher expulsa de hospital morre após ser ignorada por policiais nos EUA
Uma mulher de 60 anos morreu numa viatura policial após se recusar a deixar o hospital Fort Sanders Regional Medical Center em 5 de fevereiro. O caso repercutiu nas redes sociais após a divulgação de imagens das câmeras dos uniformes dos policiais.
Na gravação, Lisa Edwards aparece numa cadeira de rodas e diz que não vai deixar o hospital porque ainda se sente mal. "Eu quebrei o tornozelo e já tive um derrame, não consigo levantar", ela diz aos agentes. Um deles responde: "Eu não tenho nada a ver com isso. Você precisa sair daqui".
A todo momento, o policial a ameaça de prisão. Quando é informado que a cadeira de rodas é propriedade do hospital, ele diz a Lisa Edwards: "Você vai ter que ficar de pé e arrumar um jeito de sair daqui".
Os agentes abordaram Lisa Edwards após receber um chamado por invasão de propriedade. Eles acionam uma viatura para levá-la a delegacia minutos depois.
As imagens mostram que a mulher pede ajuda e, em determinado momento, diz aos policiais que não consegue respirar. "Vou desmaiar". Os policiais insinuam que ela está mentindo e se irritam com a situação: "Você já foi dispensada pelo hospital. Isso é fingimento, não vai funcionar".
Em outro momento, um dos agentes diz que Lisa Edwards está atrapalhando seu domingo. "Tudo que eu quero é tomar café e comer cereal. Não vamos lidar com a sua bagunça hoje. Já perdemos tempo demais com você".
Quando Lisa Edwards para de reagir na parte de trás da viatura, os policias a levam de volta ao hospital. Uma autópsia divulgada nesta semana mostra que a mulher morreu por um derrame isquêmico causado por uma doença cardiovascular aterosclerótica.
Até o momento, nenhuma acusação foi feita contra os policiais envolvidos no caso e o Fort Sanders Regional Medical Center diz que investiga internamente o incidente.
Manifestantes se reuniram na segunda-feira (27) em frente à Prefeitura de Knoxville para cobrar que o caso seja investigado.
"O que vimos foi uma indiferença brutal. Contamos 'ajuda' aproximadamente cinquenta vezes. Ela disse 'por favor' umas oitenta vezes", disse o ativista Chris Irwin ao canal de TV Wate.
"Esses policiais riram dela, zombaram dela, chamaram-na de mentirosa, e isso não é aceitável. Se não chocou a consciência das pessoas ao ver isso, elas deveriam pelo menos fingir. É por isso que estou aqui, não sei se esses comícios estão funcionando, mas temos que fazer alguma coisa."