Petro pede a Lula extradição de colombiano que matou namorada em 1994
Em encontro com Lula no Palácio do Planalto hoje, o presidente colombiano Gustavo Petro destacou conversas sobre a Amazônia, uma visita futura do petista à Colômbia e ressaltou um pedido de extradição de um homem condenado por estupro e homicídio da então namorada em 1994.
O que aconteceu?
Petro disse que pediu a extradição de Jaime Saade para que "responda perante o judiciário colombiano pelo feminicídio de Nancy Mestre". Ele também citou o pai da mulher, responsável por encontrar o paradeiro do assassino da filha, que fugiu para Belo Horizonte, em sua luta por "Justiça e amor".
Lula, por sua vez, destacou a cúpula de países amazônicos a ser realizada em Belém. "Em julho, estarei em Letícia, na fronteira entre nossos países, e o presidente Petro confirmou sua vinda para a reunião entre países amazônicos em Belém, em agosto", escreveu o presidente nas redes sociais.
"Conversamos também sobre nossa disposição para juntos combatermos o garimpo ilegal e o narcotráfico", completou Lula.
O presidente colombiano também convidou o Brasil a ser o país homenageado na Feira do Livro de Bogotá, em abril de 2024.
Busca por assassino mobilizou pai de vítima por 25 anos
Jaime Saade foi condenado na Colômbia sob a acusação de estuprar e assassinar Nancy Mestre, de 18 anos. O crime ocorreu em 1993, durante a noite de Réveillon.
Conforme informações do processo, Jaime e Nancy eram namorados e saíram para comemorar. Segundo as investigações, o acusado agrediu a jovem e a estuprou. Dias depois, ela não resistiu aos ferimentos e morreu.
A condenação a 27 anos de prisão saiu em 1996, mas Jaime já estava foragido. Ele foi encontrado somente em 2020, no Brasil, quando finalmente foi preso em Belo Horizonte após uma extensa busca empreendida pelo pai da vítima, Martín Mestre.
Depois da perda da filha, Martín fez um curso de inteligência e passou a usar as redes sociais para procurar o assassino de Nancy, criando quatro perfis falsos para seguir toda a família de Jaime. Em 2019, por meio de análises de conversas e publicações dos parentes, ele localizou o acusado na capital mineira: Jaime vivia com nome falso de Henrique dos Santos Abdala.
Após empasses na Justiça brasileira, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, em 18 de abril de 2023, autorizar a extradição de Saade.
Pela decisão, ele deverá ser entregue a autoridades colombianas para cumprir a pena por homicídio. A extradição por estupro não foi autorizada por motivos processuais. A Colômbia ainda deverá subtrair o tempo que ele ficou preso no Brasil. Não há prazo para que Jaime retorne à Colômbia.
*Com informações da Agência Brasil
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