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Casarões: Absurdo não é ter relação com Venezuela, mas Lula isentar Maduro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

31/05/2023 09h41

Ao analisar as declarações favoráveis de Lula a Nicolás Maduro, o cientista político Guilherme Casarões disse não considerar um erro o Brasil ter relações com a Venezuela, mas sim quando o petista tira a responsabilidade do ditador pelos problemas no país vizinho.

A questão não é ter relações com a Venezuela. Quando Lula convida Maduro, ele tem o dever, como presidente do Brasil, de expressar as preocupações brasileiras a respeito do que acontece na Venezuela. O que vimos na terça foi um show de elogios a Maduro e uma tentativa de reduzir a situação humanitária a uma conspiração norte-americana. Tirar a responsabilidade do governo Maduro sobre o que está acontecendo é absurdo do ponto de vista diplomático. Guilherme Casarões, cientista político

Em participação no UOL News, Casarões repudiou as agressões sofridas por jornalistas ontem, durante a saída de Maduro do Palácio do Itamaraty. Na visão do cientista político, o tumulto que culminou no ataque à imprensa mostra como o governo brasileiro deve orientar Lula a repensar seus discursos, já que o efeito destas falas polêmicas tem potencial devastador contra o presidente.

É a demonstração cabal do erro que Lula cometeu ao fazer um elogio aberto ao que acontece na Venezuela, reduzindo todo o problema a uma narrativa. É importante que o governo brasileiro trabalhe para reconstruir ou recalibrar a maneira como Lula aborda estas questões, perdendo um pouco desse desejo dele de falar de improviso. Em tempos de rede social, o improviso tem um peso muito grande e pode ser extremamente danoso ao governo brasileiro. Guilherme Casarões, cientista político

Tales: Parte de aliados de Lula vê que chegou hora de pagar fatura a Lira

Tales Faria relatou que aliados de Lula veem a aprovação do Marco Temporal como mais um forte sinal de que o governo precisa "pagar a fatura" para o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). O colunista explicou a relação de forças dentro do Congresso e como a base fragilizada do governo está diretamente relacionado à dificuldade de relacionamento com Lira.

Na verdade, Lira quer que sejam apressadas as liberações de pagamentos das emendas parlamentares. Os aliados do presidente estão divididos sobre como se relacionar com ele. Uma parte acha que ele quer se assenhorar do governo. Outra parte acha que tem que ceder a ele e chegou a hora de pagar a fatura, já que ele começou a ajudar o governo lá atrás na transição. Tales Faria, colunista do UOL

Jamil: Contrariando Lula, missão criada pela ONU denuncia crimes de Maduro

Jamil Chade destacou como o discurso de Lula de que os problemas da Venezuela "são parte de uma narrativa" cai por terra com as conclusões de uma missão da ONU realizada no país vizinho. O colunista mostra que a operação revela os crimes cometidos pelo ditador Nicolás Maduro contra seus opositores e que a prática se tornou uma "política de Estado".

Restabelecer relações com a Venezuela é fundamental para o Brasil, assim como algum tipo de projeto sul-americano. Mas as violações aos direitos humanos continuam acontecendo. A missão da ONU conclui que a repressão era uma política de Estado. Dizer que isso é uma narrativa não condiz com as investigações realizadas de forma independente por essa missão. Jamil Chade, colunista do UOL

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