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Maior estudioso do Titanic está em submarino desaparecido, diz jornal

Paul-Henry Nargeolet é ex-comandante da Marinha Francesa - Reprodução/LinkedIn
Paul-Henry Nargeolet é ex-comandante da Marinha Francesa Imagem: Reprodução/LinkedIn

Do UOL, em São Paulo

19/06/2023 23h07Atualizada em 22/06/2023 21h45

Um dos tripulantes do submarino desaparecido, que levava turistas para conhecer os destroços do Titanic no Oceano Atlântico, é o mais reconhecido especialista do naufrágio do Titanic, Paul-Henry Nargeolet. As informações são do jornal britânico The Guardian.

O que aconteceu:

Paul é ex-comandante da Marinha Francesa, piloto de submersível, especialista em mergulho profundo e diretor do programa de pesquisa subaquática para o Grupo E/M e Titanic, Inc. Inicialmente, acreditava-se que ele era o piloto do submersível, porém, na ocasião do desaparecimento, Stockton Rush, CEO da OceanGate (empresa responsável pelo submersível), era quem realizava a função.

O homem seria a principal "autoridade no local do naufrágio". Paul está com outros quatro tripulantes dentro do submersível, entre eles o bilionário britânico Hamish Harming, que publicou nas redes sociais antes do embarque: "A equipe do submarino tem alguns exploradores lendários, alguns dos quais fizeram mais de 30 mergulhos no RMS Titanic desde os anos 80, incluindo PH Nargeolet".

Nargeolet já liderou ao menos 30 expedições ao local do Titanic e supervisionou a recuperação de cinco mil artefatos, um deles, um "pedaço grande" de 20 toneladas do casco do naufrágio.

Segundo o tabloide britânico The Sun, Paul teria citado, em uma entrevista de 2019, os perigos extremos da exploração em alto mar. "Se você está 11 metros ou 11 quilômetros abaixo [da superfície] e algo ruim acontece, o resultado é o mesmo. Quando você está em águas muito profundas, você está morto antes de perceber que algo está acontecendo", disse à Irish Examiner.

Primeira expedição ao Titanic

Em 2012, Paul contou à AFP como foi fazer parte da primeira expedição para recuperar objetos do Titanic em 1987.

"É a escuridão absoluta. Utilizamos projetores, mas é um pouco como as luzes de um carro, não chegam muito longe. A água é extremamente fria, entre zero e um grau, e há corrente mais ou menos forte", explicou Nargeolet à época.

Sua lembrança mais forte continua sendo o dia de 1987 no qual encontrou pela primeira vez os destroços do famoso transatlântico de luxo.

"Éramos três no submarino. Durante dez minutos não houve uma palavra. Normalmente fala-se muito em um submarino, mas a emoção era muito forte. Era magnífico", afirma. "Tivemos a sorte de chegar à parte dianteira, percorremos o casco. Estávamos certos de que era o Titanic."

Ao longo das primeiras expedições do Titanic, a mais longa de uma duração de oito a nove semanas, foram resgatados cerca de 5.500 objetos, entre eles roupas, documentos, objetos pessoais e partes do navio que agora são expostos em todo o mundo.

Gosto muito dos destroços de navios, sejam quais forem. Gosto de encontrá-los, puxar o fio e trazer um pedaço da história."
Paul-Henry Nargeolet à AFP em 2012