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Descendentes de vítimas do Titanic: 'Cemitério que deve ser deixado em paz'

Vista do Titanic de dentro do submarino Titan, que desapareceu no oceano - Divulgação/OceanGate Expeditions
Vista do Titanic de dentro do submarino Titan, que desapareceu no oceano Imagem: Divulgação/OceanGate Expeditions

Do UOL, em São Paulo

23/06/2023 18h05Atualizada em 23/06/2023 18h05

Um dia após o anúncio da morte dos cinco ocupantes do submersível Titan, que fazia uma excursão rumo ao Titanic, descendentes dos passageiros e de membros da tripulação navio estão pedindo para que o naufrágio seja "deixado em paz". As informações são do Daily Mail.

O que aconteceu:

Parentes de vítimas do naufrágio do Titanic vieram a público para pedir que parem de visitar os destroços do navio.

Segundo eles, o local é como um cemitério e deve ser respeitado. Em abril de 1912, mais de 1.500 pessoas perderam suas vidas após o Titanic colidir com um iceberg e afundar.

Helen Richardson, de 40 anos, é tataraneta de Christopher Arthur Shulver, bombeiro que morreu no Titanic, e diz que o local "deve ser deixado em paz. É um local onde essas pessoas perderam suas vidas e também é trágico para os que sobreviveram".

Anna Roberts, bisneta de Percy Thomas Ward, funcionário falecido no naufrágio, também se manifestou em um grupo no Facebook: "Condeno o fato de o Titanic ter se tornado uma atração turística. É um cemitério e deve ser deixado em paz".

Já John Locascio, que perdeu dois tios no naufrágio, disse que compara a visita a "olhar dentro de um túmulo". E questiona: "Por que transformar em um lugar para as pessoas visitarem? Por que fazer isso? Deixem as pessoas descansarem".

"Implosão catastrófica"

A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou ontem que os destroços encontrados no fundo do oceano pertenciam ao submersível Titan, desaparecido desde o início da semana em uma excursão ao naufrágio do Titanic. Todos os ocupantes morreram.

"O fundo do mar é um local incrivelmente implacável. Todos os destroços apontam para a implosão catastrófica da embarcação", disse o contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira norte-americana, ao ser questionado sobre a possibilidade de encontrar os corpos dos tripulantes. "Vamos continuar as buscas na área, mas não tenho uma resposta sobre quais são as possibilidades neste momento".

Não há esperança de que os ocupantes do submersível sejam encontrados com vida. As famílias dos ocupantes já foram informadas, segundo a Guarda Costeira.

Cinco pedaços da embarcação foram encontradas por submarinos não tripulados, informou o órgão, incluindo a ponteira.

Submersível desapareceu no domingo

A embarcação Titan, da empresa OceanGate, submergiu na manhã de domingo (18). Os tripulantes eram turistas que pagaram cerca de R$ 1,2 milhão para ver o naufrágio do Titanic, que afundou em 1912.

Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. Eram Stockton Rush, presidente da OceanGate; Hamish Harding, um bilionário de 59 anos, presidente da empresa de aviação Action Aviation; um empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, que é o capitão do submersível e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.

Uma hora e 45 minutos depois de submergir, o submersível perdeu contato com o barco de apoio na superfície.

O Titan se perdeu cerca de 700 km ao sul de São João da Terra Nova, capital de Terra Nova e Labrador, a província mais ao leste do Canadá.