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'Fraqueza da Rússia é óbvia', diz Zelensky após mercenários traírem Putin

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia - Handout /via REUTERS
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia Imagem: Handout /via REUTERS

Do UOL, em São Paulo

24/06/2023 09h25

Após a rebelião de mercenários contra o exército do presidente russo Vladimir Putin, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, escreveu hoje no Twitter que "a fraqueza da Rússia é óbvia. Fraqueza em grande escala".

O que aconteceu?

Yevgeny Prigozhin, —chefe do grupo mercenário Wagner, contratado por Putin para atuar na guerra— disse ontem (23) que assumiu o controle da cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia. Sua intenção seria destituir a liderança militar de Putin na Ucrânia.

Ele justificou o motim acusando o comando militar de atacar seus combatentes durante o conflito na Ucrânia. Ele alegou, sem provas, que o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, mandaram matar um grande número de homens de sua milícia privada em um ataque aéreo. O Ministério da Defesa nega.

Disse ainda que esses militares russos estariam engando Putin sobre as razões da guerra e a situação do país no front.

Zelensky, então, foi às redes sociais na manhã de hoje, afirmado que o episódio expõe a "fraqueza da Rússia".

Quanto mais a Rússia mantiver suas tropas e mercenários em nossa terra, mais caos, dor e problemas ela terá para si mesma mais tarde
Volodmymyr Zelensky, presidente da Ucrânia

Putin promete "esmagar" mercenários

Vladimir Putin reagiu prometendo "esmagar" o que chamou de "golpe". "É um golpe para a Rússia, para nosso povo. E nossas ações para defender a pátria contra essa ameaça serão duras", disse.

Todos aqueles que deliberadamente trilharam o caminho da traição, que prepararam uma insurreição armada e que seguiram o caminho de chantagem e métodos terroristas sofrerão a punição inevitável, responderão tanto à lei quanto ao nosso povo.
Vladimir Putin, presidente da Rússia

O que é o Grupo Wagner?

Prigozhin é o fundador e líder do Grupo Wagner, que conta com um efetivo de 50 mil homens: mercenários condenados por crimes na Rússia que receberam anistia de Putin em troca de ajudarem o exército russo em conflitos armados pelo mundo, como na Ucrânia.

Milionário. O líder mercenário é considerado um dos homens mais ricos e influentes da Rússia, e há meses critica o alto-comando das Forças Armadas de Putin pela condução da guerra. A crise se agravou agora com a tomada da cidade russa.

Ex-presidiário e empresário do ramo de alimentação, Prigojin cresceu sob o beneplácito de Putin, a quem tenta poupar em sua ofensiva. Incitar uma revolta armada seria grave em qualquer situação, mas é especialmente explosivo enquanto a Ucrânia pressiona pontos da frente de batalha de 1.000 km no seu território ocupado no leste e no sul do país.

Prigozhin liderou a captura da cidade ucraniana de Bakhmut no mês passado, e há meses vem acusando abertamente Shoigu e Gerasimov de incompetência e de negar munição e apoio a seu grupo.