O que Putin revelou sobre a misteriosa reunião com o líder do grupo Wagner
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que propôs ao fundador e líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, que seus combatentes servissem sob a autoridade oficial de outro comando, mas que ele rejeitou a oferta.
Os combatentes do grupo Wagner "poderiam ter sido reunidos em um apenas lugar e prosseguir com seu serviço. Nada mudaria para eles, seriam liderados pela pessoa que realmente era seu comandante todo este tempo", afirmou o presidente russo ao jornal Kommersant.
Para a publicação, Putin deu os primeiros detalhes de uma reunião que teve com Prigozhin e seus comandantes em 29 de junho no Kremlin — cinco dias após o grupo iniciar uma revolta contra a hierarquia militar russa.
A revolta terminou com Moscou oferecendo a Prigozhin e aos combatentes do Wagner a chance de se estabelecerem na vizinha Belarus.
O Kommersant explica que a pessoa citada por Putin é um comandante do grupo Wagner conhecido como "Sedoy" (cabelo grisalho), que segundo o presidente russo foi quem realmente liderou os paramilitares na frente de batalha ucraniana durante os últimos 16 meses.
O presidente russo afirmou que muitos participantes na reunião "concordaram" com a proposta, mas que Prigozhin não aceitou a oferta e disse: "Não, os rapazes não concordam com esta solução".
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou nesta sexta-feira que a Rússia está examinando a possibilidade de legalizar as empresas militares privadas, cuja existência não é autorizada por lei.
"Legalmente, a empresa militar privada Wagner não existe e nunca existiu. Esta é uma questão que deve ser estudada, examinada de modo mais profundo", disse Peskov à imprensa, antes de destacar que esta é uma questão "bastante complexa".
Putin ressaltou na entrevista a falta de um marco legal para o Wagner. "O grupo (Wagner) está lá, mas não existe juridicamente", afirmou. "Simplesmente não existe."
Motim
O motim do grupo Wagner abalou o governo da Rússia, que está envolvido com a guerra na Ucrânia.
Durante a rebelião, os combatentes do grupo Wagner ocuparam durante várias horas o quartel-general do exército na cidade de Rostov, sul da Rússia, e avançaram centenas de quilômetros na direção de Moscou.
O motim terminou em 24 de junho, com um acordo para que Prigozhin viajasse para Belarus e uma proposta para que os combatentes do grupo Wagner integrassem o exército oficial, aceitassem o exílio em Belarus ou retornassem à vida civil.
O exército da Rússia anunciou na quarta-feira que recebeu mais de 2.000 equipamentos militares, incluindo tanques, e 2.500 toneladas de munições do grupo Wagner. Prigozhin concordou em entregar às tropas oficiais russas suas armas após o fim da rebelião.
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Quero receberDesde o motim frustrado, as especulações não param sobre uma reestruturação da cúpula militar russa, com boatos sobre o destino do general Serguei Surovikin, um aliado de longa data do grupo Wagner.
* Com agências de notícias Reuters e AFP
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