Equador: Advogado vê falha de segurança em atentado contra Villavicencio
O advogado da família do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, assassinado ontem com três tiros, afirmou que "não havia segurança adequada para uma pessoa que tinha 97% de chance de risco de vida" no evento onde ocorreu o atentado.
O que aconteceu
Luiz Fernández alegou que, a suposta falha na segurança no episódio que tirou a vida de Villavicencio, foi apontada pelos familiares da vítima. "Em breve nos reuniremos para ver as ações legais pertinentes a serem tomadas", disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10).
Em meio a suposições a respeito do caso, o advogado se esquivou de potenciais teorias conspiratórias e não deu mais detalhes sobre a investigação do crime. Ele pediu paciência ao povo equatoriano nestas "horas difíceis", como definiu.
A declaração de Fernández sobre a proteção de Villavicencio vai de encontro ao entendimento do ministro do Interior equatoriano. Juan Zapata avaliou positivamente o trabalho dos seguranças que trabalhavam no momento do atentado.
"Deve-se notar que a turma de segurança que protegia o candidato presidencial Fernando Villavicencio tinha três camadas de segurança: uma interna, que envolvia a equipe de segurança imediata composta por cinco policiais. Uma intermediária, composta por uma equipe da Unidade de Manutenção da Ordem, e duas viaturas que formavam a camada externa", disse Zapata à imprensa.
Além disso, o ministro pontuou que a vítima possuía outros dispositivos de segurança à disposição, como um veículo blindado. "Além disso, ele tinha um veículo blindado próprio, que estava em um evento de comício político em Guayaquil. Por isso, não estava disponível na cidade de Quito".
Quem era Fernando Villavicencio:
Villavicencio, 59, estava em segundo lugar nas pesquisas mais recentes da eleição presidencial do Equador, segundo o jornal local El Universo. Dos oito candidatos presidenciais, quem lidera é a advogada Luisa González (26,6%), a única mulher na lista. Villavicencio estava com 13,2% das intenções de votos.
Ele era jornalista e filiado ao partido Movimento Construye. Ele nasceu na cidade de Alausí, que fica na província de Chimborazo, e se declarava defensor das causas sociais indígenas e dos trabalhadores.
Villavicencio foi uma das vozes mais críticas contra a corrupção, especialmente durante o governo do ex-presidente Rafael Correa, de 2007 a 2017. Ele chegou a ser condenado a 18 meses de prisão por difamação por declarações feitas contra o ex-presidente.
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