Conteúdo publicado há 10 meses

Com vídeo de casamento, médicos usam IA para dar voz a mulher após AVC

Graças à Inteligência Artificial, uma mulher conseguiu voltar a "falar" após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral) que a deixou completamente paralisada. A voz foi recriada a partir de um vídeo antigo, do casamento da canadense Ann Johnson. A história foi exibida neste domingo (27) pelo Fantástico, da TV Globo.

O que aconteceu

Ann, agora com 47 anos, sofreu um derrame aos 30. Na época, ela era professora de vôlei. Os médicos a diagnosticaram com a síndrome do encarceramento, uma paralisia dos músculos do corpo. Ela continuava consciente, mas só conseguia se comunicar com o olhar.

Em 2021, Ann leu uma notícia sobre pesquisadores capazes de traduzir em palavras os sinais cerebrais de um paciente com paralisia. Ela decidiu se candidatar como voluntária no programa realizado por um grupo de médicos e cientistas da Universidade da Califórnia (EUA).

A canadense foi submetida a uma operação na qual seu crânio foi aberto. Uma placa retangular com 253 eletrodos foi colocada na região do cérebro que controla a fala.

Os especialistas contaram ao Fantástico que o implante capta sinais de regiões do cérebro associadas à fala e à linguagem. Na sequência os envia para um computador que, por meio de inteligência artificial, traduz os sinais cerebrais em frases.

Na prática, quando Ann "fala", cada um dos eletrodos interceptam os sinais cerebrais enviados aos músculos dos lábios, língua, mandíbula e laringe. Um cabo que é conectado na cabeça de Ann é o responsável por enviar os dados para um computador com um sistema de inteligência artificial.

Como a voz foi recriada

Um avatar vocaliza as palavras que Ann quer dizer. Para recriar a voz, os pesquisadores usaram um vídeo antigo do casamento da canadense, quando ela tinha 28 anos.

A voluntária voltou a falar, mesmo sem nenhum som saindo de sua boca.

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A estimativa dos pesquisadores é que seja desenvolvida uma versão sem cabos ligados à cabeça do paciente. O prazo para chegar a esse avanço é de até quatro anos.

O quão maravilhoso seria se pudéssemos fazer com que alguém andasse novamente ou se pudéssemos permitir que alguém falasse, mesmo após ter perdido a capacidade de falar. Eu acho que, com o progresso que estamos vendo, isso acontecerá nos próximos 10 a 15 anos.
Parag Patil, neurocirurgião e engenheiro de biomedicina, em reportagem do Fantástico

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