'No Brasil, nunca ia ser preso', diz irmã de homem morto por Cavalcante
A irmã de Válter Moreira Júnior dos Reis, que foi morto por Danilo Cavalcante em 2017 na cidade de Figueirópolis (TO), disse que, se o brasileiro capturado hoje nos Estados Unidos estivesse no Brasil, ele "nunca ia ser preso".
O que aconteceu
Dayane dos Reis disse que ela e a família ficaram "contentes" com a recaptura de Cavalcante. "Foram duas semanas de angústia, mas agora estamos em paz. Se ele não fosse pego nos Estados Unidos, ele nunca ia ser preso. No Brasil, nunca ia ser preso", afirmou ela, ao jornal O Globo.
Cavalcante deixou o Brasil depois de ser alvo de um mandado de prisão por assassinato. Ele se tornou réu no final de 2017 por crime de homicídio duplamente qualificado — em novembro daquele ano, ele deu seis tiros em Válter Júnior Moreira dos Reis, que morreu no local.
De acordo com o Ministério Público, o crime foi cometido por motivo torpe, em razão de uma suposta dívida que a vítima tinha com o réu, referente ao conserto de um veículo.
Antes de entrar nos EUA, Cavalcante foi a Porto Rico, onde conseguiu os documentos falsos, segundo. Já nos Estados Unidos, ele se estabeleceu no condado de Chester, na Pensilvânia, onde uma irmã e amigos viviam.
O homem também foi condenado à prisão perpétua em agosto por matar a ex-namorada brasileira Deborah Brandão, na época com 34 anos, a facadas. O crime ocorreu em abril de 2021 na cidade de Phoenixville, na Pensilvânia, na frente dos filhos da vítima, de 4 e 7 anos. Ele não aceitava o fim do relacionamento.
Ele escapou da prisão do condado de Chester dias depois da condenação e passou 14 dias foragido até ser capturado nesta quarta-feira (13).
Brasileiro tentou fugir, mas foi alcançado por cão
As autoridades da Pensilvânia informaram que Cavalcante não percebeu que estava cercado e tentou fugir, mas foi alcançado e mordido por um cão da polícia.
Segundo o tenente-coronel George Bivens, da Polícia Estadual da Pensilvânia, o primeiro sinal da localização ocorreu após um alarme ser disparado em uma casa da região. Cavalcante não foi encontrado na residência, mas uma aeronave utilizada nas buscas encontrou um sinal de calor próximo dali.
Condições climáticas adiaram a prisão de Danilo Cavalcante. Forças táticas ficaram na área após o avião precisar partir. "Infelizmente, tivemos más condições climáticas, como raios, o que fez com que o avião tivesse que sair da área. Equipes táticas ficaram na região até que pudessem ser trazidos recursos para garantir que não houvesse uma fuga", afirmou George Bivens durante a coletiva.
Cavalcante foi encontrado em meio a pilha de ripas de madeira em uma área rural. Na manhã de hoje, pouco antes de 8h30, a localização de Cavalcante foi confirmada novamente por sinais de calor, e ele foi cercado pelas forças de segurança.
O brasileiro não percebeu que estava cercado e tentou fugir com o fuzil que portava. "Ele tentou escapar e tentou rastejar com o seu rifle", disse George Bivens.
Um cachorro da corporação alcançou Cavalcante e o mordeu, o que deu tempo para os policiais imobilizarem o fugitivo. Mesmo assim, Cavalcante ainda tentou resistir à prisão, afirmou o tenente-coronel. Cavalcante ficou ferido da mordida, mas foi atendido no caminho da prisão.
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