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Dia 3 da guerra: Israel cerca Gaza; Hamas ameaça reféns, mas fala em trégua

Do UOL, em São Paulo

09/10/2023 18h30Atualizada em 09/10/2023 20h39

A guerra entre Israel e o Hamas ultrapassou a marca de 1.500 mortos nesta segunda-feira (9). No terceiro dia de conflito, autoridades israelenses declararam "cerco completo" à Faixa de Gaza, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas.

O que aconteceu

Após declarar guerra ao Hamas, Israel intensificou os ataques à Faixa de Gaza e convocou 300 mil reservistas. Além de bombardear o território palestino, os israelenses bloqueiam a chegada de água, comida e luz aos palestinos.

O Hamas afirma que tem mais de cem reféns israelenses, que foram sequestrados no sábado (7). Em resposta ao cerco à Faixa de Gaza, os extremistas ameaçam matar os civis se os ataques ao território continuarem.

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Apesar da ameaça, o grupo islâmico começou a falar em trégua. Segundo a emissora Al Jazeera, um integrante do alto escalão do Hamas declarou que está "aberto a discussões" para um possível cessar-fogo.

O governo israelense afirmou ter retomado o "controle total" das regiões no sul do país que haviam sido atacadas pelo Hamas. Essas áreas, próximas à Faixa de Gaza, foram atacadas pelos palestinos por ar, por terra e pelo mar.

Até o momento, pelo menos 1.587 pessoas morreram em Israel e em Gaza desde sábado. Foram pelo 900 vítimas em Israel, 100 delas encontradas em um kibutz (habitação coletiva) em Be'eri, no sul do país. Já na Palestina são 687 mortes confirmadas, segundo as autoridades locais.

Entidades alertam para o risco de uma "crise humanitária sem precedentes" se o cerco a Gaza continuar. O bloqueio ao território impede inclusive a chegada de medicamentos, o que provocou um colapso hospitalar.

Imagem: Arte/UOL

Ataques aproximam Hezbollah do conflito

Israel também bombardeou áreas no Líbano, na fronteira norte, alegando a entrada de "infiltrados" no país. O Líbano é a sede do grupo Hezbollah, que entrou em conflito com os israelenses pela última vez em 2006.

O Hezbollah não está formalmente na guerra, mas disparou foguetes contra Israel. Os ataques, segundo a agência Reuters, foram uma resposta do grupo libanês à morte de quatro de seus membros em um bombardeio israelense.

ONU condena Hamas, mas critica cerco

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticou o cerco de Israel à Faixa de Gaza. Guterres também condenou os "ataques abomináveis" cometidos pelo Hamas, mas alertou para a destruição de escolas e hospitais palestinos.

Israel reafirmou o objetivo de destruir o Hamas. Em publicação no Twitter, o primeiro-ministro israelense afirmou que o país "eliminou centenas de terroristas" e que "todos os lugares onde o Hamas opera se transformarão em ruínas".

O Irã negou envolvimento nos ataques. O país, que mantém relações estreitas com o Hamas e o Hezbollah, afirmou que não participou da "resposta da Palestina" a Israel.

O governo do Egito criticou a inteligência israelense. Autoridades do país, que costuma agir como mediador entre Israel e o Hamas, afirmam que os israelenses ignoraram vários alertas de que um ataque poderia acontecer.

Nos Estados Unidos, as Forças Armadas pressionam as autoridades civis por apoio militar a Israel. Segundo a secretária do Exército norte-americano, Christine Wormuth, o Congresso do país precisará aprovar um financiamento adicional para atender às necessidades de Israel e da Ucrânia, que segue em guerra contra a Rússia.

Brasileiros serão resgatados

O governo israelense autorizou hoje o resgate de cidadãos brasileiros no país. Segundo o Ministério das Relações Exteriores mais de 1.700 brasileiros, na maioria turistas que estão em Jerusalém ou Tel Aviv, já pediram para sair do país.

Os voos de resgate devem começar a retornar ao Brasil na madrugada de quarta-feira (11). Em princípio, a FAB (Força Aérea Brasileira) transportará cerca de 900 passageiros em cinco aeronaves.

O governo orienta quem tem passagem comprada a deixar Israel em voos comerciais. Mesmo com a guerra, o principal aeroporto israelense continua aberto para pousos e decolagens.

Face à incerteza quanto ao momento em que poderão ocorrer os voos de repatriação, o Ministério das Relações Exteriores reitera recomendação de que todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou que tenham condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais do aeroporto Ben-Gurion, que continua a operar
Nota do Itamaraty sobre a saída dos brasileiros de Israel

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