Conteúdo publicado há 9 meses

Hamas diz que está 'aberto a discussões' sobre trégua com Israel

Um integrante do alto escalão do grupo extremista Hamas disse que o grupo está "aberto a discussões" sobre uma possível trégua com Israel. A informação é da emissora árabe Al Jazeera.

O que aconteceu:

Moussa Abu Marzouk disse que o Hamas estava aberto a "algo desse tipo" e a "todos os diálogos políticos". A declaração foi feita por telefone, quando questionado se o grupo islâmico está disposto a discutir um possível cessar-fogo.

Mais cedo, o Hamas ameaçou matar pessoas que são mantidas reféns da Faixa de Gaza se Israel continuar sua contraofensiva, segundo fontes ouvidas pela Reuters.

A cada novo bombardeio, o braço armado do Hamas disse que vai executar um civil. "Qualquer ataque a civis inocentes sem aviso prévio será enfrentado com pesar pela execução de um dos cativos sob nossa custódia, e seremos forçados a transmitir esta execução", disse Abu Obeida, porta-voz do grupo extremista.

Apesar da sinalização de Marzouk sobre uma possível trégua, um porta-voz do Hamas disse que o grupo não negociará sobre os prisioneiros israelenses "sob fogo", segundo a Sky News. Em vídeo, Abu Ubaida disse que Israel deveria estar pronto para "pagar o preço" em troca da liberdade dos reféns.

Segundo Israel, 150 israelenses são mantidos reféns em Gaza.

Para Israel, a prioridade é resgatar os reféns capturados pelo Hamas, independentemente da nacionalidade. "Há muitos israelenses e outros de diferentes nacionalidades que foram mantidos como reféns. Estamos empenhados em trazê-los de volta no espírito de responsabilidade mútua", afirmou o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, em pronunciamento a repórteres. "Exigimos que o Hamas não machuque nenhum dos reféns", continuou.

Ataques e cerco a Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou mais cedo que "o que o Hamas vai viver será difícil e terrível". "Já estamos na campanha e estamos apenas começando. Sua liderança tem sido muito forte nestes dias difíceis. O Estado não deixará pedra sobre pedra para ajudar todos vocês", falou o premiê a líderes regionais do sul do país.

Continua após a publicidade

Peço que permaneçam firmes porque vamos mudar o Oriente Médio. Abraço vocês e os residentes. Estamos todos com vocês e vamos derrotá-los com força.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

Israel ordenou um cerco "completo" à Faixa de Gaza, nesta segunda-feira (9), quando chegaram ao terceiro dia de combates após o lançamento de uma ofensiva militar do Hamas. O território Palestino já estava sitiado antes do agravamento desse conflito.

O corte de recursos acontece há anos, mas, agora, é também um crime de guerra, explicou Isabela Agostinelli, doutoranda em Relações Internacionais e pesquisadora do Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais da PUC-SP, em participação no UOL News.

"Essa declaração do ministro da Defesa de Israel de que eles estão em estado de guerra e que, portanto, vão bloquear todas as fronteiras de Gaza e a entrada de alimentos, água e eletricidade, é mais um crime de guerra de Israel que se soma a diversos outros crimes", disse.

9.out.2023 - Palestinos se reúnem em área atingida por bombardeio de Israel
9.out.2023 - Palestinos se reúnem em área atingida por bombardeio de Israel Imagem: REUTERS/9.out.2023-Mahmoud Issa

Como funciona o cerco a Gaza?

Sem água, energia, combustível, gás e comida. "Estamos impondo um cerco total à Gaza. Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás. Tudo bloqueado", disse o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant.

Continua após a publicidade

População de região densamente povoada fica prejudicada. Cerca de 2,3 milhões de pessoas no território palestino depende diretamente desses recursos que já são escassos normalmente.

Desde junho de 2007, Israel mantém bloqueio sob a Faixa de Gaza, ocupada na sua forma atual desde junho de 2007, segundo a Al Jazeera.

Tanques e drones ajudam na guarda. Várias aberturas foram feitas na cerca que separa o território palestino de Israel, para impedir que mais infiltrados entre na parte israelense.

* Com Reuters

Deixe seu comentário

Só para assinantes