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Análise: Lula está certo ao chamar ações de Israel em Gaza como terrorismo

Lula acerta ao classificar as ações de Israel em Gaza como terrorismo, afirmou a professora de direito internacional da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Tatiana Cardoso Squeff, em entrevista ao UOL News nesta terça (14).

O terrorismo já foi utilizado tanto por grupos que tentam desestabilizar governos, como poderíamos classificar a conduta do Hamas, mas também foi usado por Estados para impor medo à população e ter controle sobre ela. Na medida em que visualizamos diversos bombardeios em lugares que não seriam admitidos pelo direito internacional unitário e a solicitação de deslocamento forçado da população, pode-se dizer que há uma utilização por parte de Israel deste ferramental. Tatiana Cardoso Squeff, professora de direito internacional na UFRGS

Para Tatiana, a demora na inclusão de brasileiros nas listas de estrangeiros a deixar a Faixa de Gaza está ligada à postura do país no Conselho de Segurança da ONU, quando tentou articular ao menos uma pausa humanitária. A professora alertou que o episódio pode causar algum atrito e complicar as pretensões do país em se tornar um protagonista nas relações internacionais.

Se o Brasil almeja ter um papel mais ativo, advogar um novo assento e talvez uma reforma no Conselho de Segurança, o país está correto em tentar se impor. O problema é que Israel tem grandes aliados como os EUA, que têm poder global bastante significativo. O Brasil pode ter alguns prejuízos nesse meio-campo.

Membro do IBI rebate fala de Lula e diz que Israel não pratica terrorismo

O advogado e membro do IBI (Instituto Brasil-Israel) Daniel Gerstler afirmou que Israel "não pratica terrorismo" e criticou Lula por comparar as ações do país às do Hamas. Gerstler, que se define como judeu sionista progressista, disse que as ações do país na Faixa de Gaza devem ser investigadas por agentes independentes para comprovar se houve crimes de guerra.

Classificar os atos de Israel como terroristas não trazem o problema para a forma como ele deve ser solucionado. Criticar o governo israelense e, principalmente a doutrina Netanyahu, pode ser feito de forma a não criar a 'equivalência moral'. A partir do momento em que se equipara a reação de um governo a um ato terrorista, de alguma forma se deslegitima o direito de reação. Daniel Gerstler, membro do Instituto Brasil-Israel

Sakamoto: Lula vocaliza o que líderes mundiais evitam dizer sobre Israel

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Ao subir o tom nas críticas a Israel no conflito contra o Hamas, Lula assume um posicionamento que diversos líderes mundiais estão evitando neste momento. A análise é do colunista Leonardo Sakamoto, que ressaltou como o petista assume um papel relevante no cenário internacional por seu posicionamento, enquanto algumas potências ficam em cima do muro.

Lula e [Emmanuel] Macron [presidente da França], que também tem se colocado de forma dura contra essa retaliação de Israel como está sendo feita, acabam dando voz a uma parcela significativa do mundo que está preocupada com isso. O que Lula está falando é relevante. Ele coloca uma vocalização que muitos líderes mundiais estão evitando fazer neste momento. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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