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Crise no Equador deriva da privatização da segurança pública, diz professor

A crise no Equador, que entrou em estado de conflito armado interno após ataques de gangues, deriva da privatização da segurança pública, afirma o professor de relações internacionais Leonardo Trevisan, da ESPM, durante entrevista ao UOL News desta terça-feira (9).

Ele relembra ainda o ocorrido com o candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio, que foi morto com três tiros em agosto do ano passado.

A [questão da] segurança pública é a só a parte mais visível desse iceberg. Esse episódio de hoje remonta ao candidato assassinado em agosto, [...] estava visível o descontrole absoluto. Qual a solução que as urnas apontaram? A solução das urnas foi entregar o Estado ao homem mais rico do Equador. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais

[Ele] Que prometeu exatamente isso que tá fazendo: privatizar a segurança pública, transformar a segurança pública em um negócio muito eficiente. Acho que esse talvez é o processo mais periclitante e o que estamos assistindo é o resultado disso. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais

O professor lembra a privatização da segurança pública ocorrida no país, com números expressivos.

[No] Equador, teve uma absurda privatização da segurança pública - talvez o mais alto índice de toda América Latina: o país tem mais de 125 mil homens armados em segurança privada, isso é o dobro dos policiais. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais

Para termos ideia do que estamos falando, toda a próspera indústria de camarões de Guayaquil que abastece todo o mundo, construiu uma estrutura de segurança privada que é absurda e praticamente o triplo de funcionários que eles têm. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais

Trevisan faz outra correlação e cita a dolarização ocorrida no Equador no início do século, em um processo que levou à diminuição da força do Estado.

Essa privatização acompanhou, e não podemos esquecer quando olhamos essa explosão de violência no Equador, o processo de dolarização da economia: há uma efetiva ideia de que apenas a esfera do mercado resolve problemas e o papel do estado pode ficar bem diminuído como se pode ver na segurança pública. O resultado está bastante visível. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais

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