Embaixador da Palestina pede apoio de Lula a processo contra Israel em Haia

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, pediu ao presidente Lula (PT) apoio brasileiro ao processo da África do Sul contra Israel na Corte de Haia.

O que acontece

Em dezembro, o governo sul-africano fez um pedido para instaurar um processo contra Israel perante a CIJ (Corte Internacional de Justiça), principal órgão judicial das Nações Unidas. A África do Sul tenta enquadrar o país na convenção internacional sobre genocídio. Israel criticou a medida e pediu a rejeição em Haia.

Em encontro com Lula no Planalto hoje, Alzeben agradeceu aos esforços do Brasil pelo cessar-fogo e pediu que Lula endossasse a ação. Segundo ele, o presidente teria respondido que o país "está estudando" a possibilidade.

Solicitamos, sim, o apoio do Brasil a esta iniciativa da África do Sul, que tem como objetivo pôr fim a este genocídio contra o povo palestino e libertar, neste caso, tanto Israel deste episódio quanto a Palestina e a população palestina.
Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil

"A posição do Brasil está clara: condenar qualquer tipo de genocídio contra qualquer ser humano", completou o embaixador. Procurado, o Itamaraty ainda não respondeu sobre como lidará com a situação. As audiências devem começar amanhã (11).

Segundo a ONU, mais de 23 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza e quase 60 mil foram feridas. Em Israel, o número segue inferior a 2.000 pessoas.

"O genocídio tem de parar de toda maneira, com apoio internacional e da comunidade internacional", pediu o embaixador. "Chega, são 95 dias de genocídio, bombardeio. A Faixa de Gaza ficou praticamente invivível."

Como é o pedido da África do Sul

A África do Sul busca fundamentar a jurisdição na Convenção sobre Genocídio da Corte, da qual ambos os países são parte. O pedido argumenta "supostas violações por parte de Israel de suas obrigações segundo a Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio em relação aos palestinos na Faixa de Gaza".

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Os atos e omissões de Israel têm caráter genocida, pois foram cometidos com a intenção específica necessária para destruir os palestinos em Gaza como parte do grupo nacional, racial e étnico palestino mais amplo.
Requerimento da África do Sul contra Israel em Haia

Como o processo pode levar anos, o governo sul-africano pede que Haia estabeleça medidas provisórias para frear a guerra. "Israel se envolveu, está se envolvendo e corre o risco de se envolver ainda mais em atos genocidas contra o povo palestino em Gaza", diz o texto.

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