Embaixador do Brasil em Israel embarca na terça-feira para Brasília
Do UOL, em São Paulo
19/02/2024 16h51Atualizada em 19/02/2024 16h54
O embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, voltará ao Brasil para consultas.
O que aconteceu
Meyer vai embarcar de Tel Aviv para Brasília nesta terça-feira (20). O embaixador brasileiro deve se reunir com o chanceler Mauro Vieira.
A convocação foi feita após as declarações de Israel de que Lula é 'persona non grata' no país. O termo em latim significa pessoa indesejada e se refere à prática de um Estado proibir um diplomata (no caso de Lula, um chefe de Estado) de entrar no país em viagem oficial.
O embaixador brasileiro recebeu a mensagem de que o presidente brasileiro não é bem-vindo em Israel até que retire o que disse. O chanceler Israel Katz se reuniu com Meyer nesta segunda-feira (19).
Embaixador israelense convocado ao Itamaraty. O governo Lula chamou o israelense Daniel Zonshine para uma reunião, em um gesto de desagravo.
Reuniões acontecem após reações à declaração de Lula, que comparou as mortes causadas por Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus", disse.
Primeiro-ministro israelense disse que Lula 'ultrapassou linha vermelha'. "As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender", disse ele no X (antigo Twitter).
Lula não deve se desculpar
Presidente não deverá se desculpar por fala. O Palácio do Planalto pretende reforçar que as críticas sobre o conflito na Faixa de Gaza focam no Estado de Israel e no governo de Benjamin Netanyahu, e não no povo judeu.
Planalto avalia que a fala de Lula não estava errada, mas que o discurso pode, sim, ser confundido com um ataque ao povo judeu. O presidente está reunido nesta manhã com o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, e o ministro Paulo Pimenta (Secom) no Palácio da Alvorada para tratar do assunto.
"Sempre condenou atos terroristas do Hamas". Segundo a Secretaria de Comunicação Social do governo federal, Lula se opôs "diversas vezes" ao ataque do grupo extremista.
O presidente Lula condenou desde o dia 7 de outubro os atos terroristas do Hamas. O fez diversas vezes. E se opõe a uma reação desproporcional e ao sofrimento de mulheres e crianças na Faixa de Gaza.
Secretaria de Comunicação Social, em nota