Fepal: Lula acertou e será o líder que não se calou diante do genocídio
O presidente Lula (PT) acertou em não se calar diante de um genocídio de Israel contra o povo palestino, disse Ualid Rabah, presidente da Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil), no UOL News da manhã desta segunda-feira (19). Lula comparou o ataque à Faixa de Gaza com o holocausto.
O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus.
Presidente Lula
Dei uma pesquisada nas falas no início da Segunda Guerra Mundial, em qual foi o líder relevante no mundo que se opôs a Hitler. Não achei nenhum. Se houvesse um Lula lá atrás, talvez a Alemanha tivesse sido parada antes [...] A esmagadora maioria dos líderes mundiais, tacitamente, ao silenciarem, apoiam essa visão. Mas ninguém pode expor essa visão.
Ualid Rabah, presidente da Fepal
Esta é uma visão que está sendo exposta pela África do Sul, que a Corte Internacional de Justiça [Haia] está discutindo e há uma quantidade gigantesca de países dizendo. O líder chinês disse basicamente a mesma coisa, simplesmente não tocando no assunto 'holocausto euro-judeu', que, aliás, aconteceu na Europa em que judeus foram assassinados. A mesma Europa que apoia o genocídio palestino.
Temos que entender o que está acontecendo e, dentro deste contexto, interpretar melhor as colocações. O presidente Lula acertou e vai ser o líder que não se calou diante de um genocídio televisionado, tal qual se calaram diante de Hitler as lideranças mundiais daquele tempo.
O que Lula disse
O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus Lula
Lula deu a declaração após comentar outra fala anunciando doações para a agência de refugiados palestinos da ONU. A primeira declaração também gerou polêmica e fez com que o partido Novo abrisse uma queixa-crime contra o presidente na PGR.
A reação de Israel
A declaração abriu uma crise diplomática. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a comparação entre "Israel e Holocausto e a Hitler ultrapassou uma linha vermelha".
O governo de Israel ainda anunciou que irá convocar o embaixador do Brasil em Tel Aviv para se explicar e para uma reprimenda. Trata-se de um ato que, no jargão diplomático, representa uma sinalização clara de insatisfação e de alerta. "Os comentários do presidente brasileiro são vergonhosos e graves", disse o chanceler Israel Katz.
No Brasil, oposição e apoiadores se dividiram diante da comparação feita por Lula. Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, classificou a fala como uma "ignorância histórica". Já a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) afirmou ter sido uma "comparação necessária".
"É uma afronta aos judeus." Um grupo de deputados federais quer protocolar um pedido de impeachment contra o presidente. Para a deputada Carla Zambelli, as falas de Lula configuram um crime de responsabilidade. "O direito à liberdade de expressão não engloba a banalização ao Holocausto", diz nota divulgada pelos parlamentares.
Presidente da Fepal: Há genocídio na Palestina e comparação é possível
Ualid Rabah, presidente da Fepal, afirma que é, sim, possível fazer uma comparação histórica entre o que ocorreu na Segunda Guerra Mundial e o que acontece hoje na Faixa de Gaza.
Estamos diante de um genocídio de uma magnitude poucas vezes vista em toda a história humana, para não arriscar dizer que nunca foi visto algo parecido. Há, sim, um genocídio em curso na Palestina e é possível fazer comparações históricas.
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