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Equipe de Navalni oferece 100 mil euros por pistas sobre morte em prisão

Alexei Navalni Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

23/02/2024 13h08Atualizada em 23/02/2024 17h02

A equipe de Alexei Navalni, opositor do governo da Rússia que morreu na última sexta-feira (16), passou a oferecer uma recompensa por detalhes sobre a morte dele na prisão.

O que aconteceu

Informações "valiosas e completas" podem ser recompensadas em 100 mil euros. O denunciante pode solicitar, também, apoio para deixar a Rússia, caso deseje.

Inicialmente, o valor oferecido foi 20 mil euros e depois passou a 50 mil. Segundo o diretor da Fundação Anticorrupção de Alexei Navalni, Ivan Jdanov, o valor aumentou porque "várias pessoas" o procuraram "dispostas a apoiar a ideia de uma recompensa".

A publicação de ativistas e opositores faz um apelo às forças de segurança. "Aos militares, policiais, funcionários do FSB, à Comissão de Investigação e ao Ministério Público", diz um post no X, antigo Twitter, do perfil "Navalny live".

"Não importa qual é o seu estatuto ou se partilha as opiniões políticas de Alexei Navalni Existem princípios universais básicos: não se pode zombar de uma mãe e chantageá-la com o corpo do filho assassinado. Você não pode e não deve apoiar isso. Mostre humanidade, demonstre simpatia pela mãe que perdeu o filho. Não apoie a crueldade absolutamente infernal e os crimes imorais de Putin", diz o apelo.

Morte por "causas naturais"

Laudo atribui a morte dele a "causas naturais". A mãe de Navalni, Lyudmila Navalnaya, recebeu o documento. Ela pôde ver o corpo do filho somente quase uma semana após o anúncio da morte dele.

Chantagem por "funeral secreto". "Estou gravando esse vídeo porque eles começaram a me ameaçar. Eles me olharam nos olhos e disseram que, se eu não concordar com um funeral secreto, vão fazer algo com o corpo do meu filho", disse a mãe, em um vídeo publicado no YouTube.

Navalni morreu na prisão aos 47 anos

Advogado e ativista morreu na última sexta-feira (16), segundo um comunicado do serviço penitenciário russo. Ele era uma das principais figuras de oposição ao governo de Vladimir Putin há mais de uma década.

Ele teria passado mal após uma caminhada na colônia penal de Kharp, onde estava detido, a quase 2 mil quilômetros da capital Moscou. O local fica próximo do Círculo Polar Ártico, onde as temperaturas podem chegar a -30ºC.

O ativista foi envenenado com uma substância de uso militar, durante uma viagem a negócios, em 2020. Ele só sobreviveu porque sua família e autoridades internacionais insistiram em levá-lo de avião para um longo tratamento na Alemanha. O governo russo negou qualquer envolvimento.

Há uma série de mortes misteriosas ligadas ao governo da Rússia. Por exemplo, o fundador do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, morreu no ano passado com outras nove pessoas, na queda de um jato particular. Dois meses antes, ele havia liderado um motim contra Moscou.

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