Ataque do Irã a Israel: o que se sabe até agora sobre a ofensiva iraniana
Do UOL, em São Paulo
14/04/2024 12h28Atualizada em 14/04/2024 12h28
O Irã lançou neste sábado (13) dezenas de drones e mísseis em direção a Israel e aumentou a escalada de violência no Oriente Médio. A operação iraniana acabou e, agora, reuniões da ONU, do G7 e do gabinete de guerra de Israel vão decidir quais os próximos passos após a ofensiva.
O que se sabe sobre o ataque do Irã
O Irã diz que ataque foi uma retaliação ao bombardeio de Israel contra o consulado iraniano na Síria. Explosão matou dois líderes militares do Irã. O governo israelense nunca assumiu que tenha feito esse ataque, mas não negou.
Ofensiva iraniana começou durante a madrugada, no horário local. Ao menos 300 artefatos foram disparados. Após o início dos ataques, sirenes de emergência soaram em Israel e o "Domo de Ferro", como é conhecido o sistema de defesa israelense contra mísseis balísticos, entrou em ação.
Israel diz que bloqueou 99% dos mísseis disparados. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, disse que os sistemas defensivos do país continuam em "total funcionamento".
O governo iraniano afirma, porém, que o "Domo de Ferro" falhou. O sistema avançado permite identificar e abater lançamentos de inimigos que sobrevoam o território israelense, mas o Irã diz que alvos previstos foram atingidos com sucesso. Há confirmação de ao menos uma base militar bombardeada, mas Israel disse que os danos forma pequenos.
Menina de 7 anos foi atingida e está em estado grave. A garota foi atingida enquanto dormia, na cidade de Arad, a cerca de 85 quilômetros de Jerusalém. Segundo a imprensa local, ela foi atingida na cabeça por estilhaços de um míssil, passou por cirurgia e está em acompanhamento na UTI.
Irã diz que operação já acabou
O governo iraniano citou o ataque como "caso encerrado". O chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, disse que a partir de agora o Irã não tem "nenhuma intenção" de dar sequência à operação. Mas o país também alerta para que Israel não ataque de volta. Se isso acontecer, o Irã diz que fará novas ofensivas.
Presidente disse que ensinou "lição inesquecível" a Israel. Em pronunciamento oficial, Ebraim Raisi afirmou que o país "virou uma página e ensinou uma lição" ao "inimigo sionista". Ele também acusou Israel de ser o responsável por crise no Oriente Médio. "O Irã atribui a causa profunda da crise na região às políticas genocidas e violentas do regime sionista", afirmou Raisi.
Como funciona o Domo de Ferro
O grau de eficácia do sistema é de 92%. Quando um foguete é lançado, ele é identificado quase que imediatamente.
Região da queda define se o foguete será interceptado. Se o sistema avaliar que o disparo atingirá uma área desabitada de Israel, o escudo antimísseis não faz nada para interceptar o ataque.
Se for cair em uma região povoada, o Domo de Ferro entra em ação. Neste caso, pelo menos dois mísseis israelenses são disparados para interceptar o foguete. A tecnologia também calcula para que o objeto não seja abatido sobre uma cidade ou uma área habitada.
Tecnologia desenvolvida em parceria
Sistema é caro e mantido com dinheiro dos EUA. Cada míssil interceptador do Domo de Ferro custa US$ 60 mil, e o dinheiro para financiar o complexo sistema de defesa vem do Congresso norte-americano.
O Domo de Ferro foi desenvolvido por Israel em parceria com os EUA. De acordo com o governo israelense, ele é um sistema apenas de defesa, que não serve para ataques. A tecnologia é usada desde 2011.
Quem tem o maior contingente militar?
O poderio militar do Irã. O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, sigla em inglês) divulgou, em fevereiro de 2023, que o país somava 650 mil militares no seu contingente.
Deste número, 190 mil pertenciam a guarda combatente. Os dados apontaram que o Irã fica em segundo lugar no ranking dos países do Oriente Médio, sendo superado apenas pelo Egito.
O poderio militar de Israel. A estimativa da IISS é que o país some 177,5 mil membros no seu contingente militar, sendo o sétimo na lista. O número, porém, não considera os reservistas que são convocados em momentos de conflitos.
*Com informações de reportagem publicada em 11/05/2023.