Biden aumenta tarifas para produtos chineses e escala guerra comercial

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1. Biden aumenta tarifas sobre carros elétricos e outros produtos da China. A medida que será anunciada nesta terça pelo presidente americano prevê o aumento das tarifas de importação de bens estratégicos da indústria chinesa, como painéis solares, chips, semicondutores e baterias. Ela representa uma escalada na guerra comercial entre os dois países. Joe Biden também deverá confirmar a manutenção das tarifas sobre mais de US$ 300 bilhões em artigos chineses que foram implementadas pelo ex-presidente Donald Trump. As novas alíquotas ampliadas se aplicarão a cerca de US$ 18 bilhões em importações anuais da China, segundo a Casa Branca. O maior aumento das tarifas será sobre os carros elétricos, que vão passar de 25% a 100%. O governo americano justifica que o excesso de capacidade industrial da China, provocada pela desaceleração da economia do país, representa uma ameaça aos Estados Unidos e seus aliados, e também para os países emergentes.

2. Ex-advogado de Trump admite pagamentos para proteger a imagem do republicano. Importante testemunha da acusação no julgamento do caso da atriz pornô Stormy Daniels, o ex-advogado Michael Cohen declarou no tribunal em Nova York que Trump ordenou pessoalmente o pagamento de US$ 130 mil à atriz em 2016, durante a campanha presidencial, para ela não dar entrevistas sobre a relação sexual que tiveram no passado. Trump é acusado de fraudar documentos contábeis para ocultar esse pagamento e dissimular o valor como despesa de campanha, justamente como honorários para Cohen. Ele também admitiu mentir e intimidar para proteger Trump e disse que o ex-presidente estava a par de tudo o que ele fazia. Uma pesquisa do The New York Times indica que o julgamento penal não teve forte impacto até o momento para Trump. O republicano lidera as intenções de voto em cinco dos seis estados-chave, enquanto Joe Biden está na frente apenas no Wisconsin.

3. Antony Blinken afirma na Ucrânia que ajuda militar "está a caminho". O secretário de estado americano chegou nesta terça a Kiev, para uma visita que não havia sido anunciada, no momento que a Rússia realiza intensos combates no nordeste da Ucrânia. Segundo Blinken, o apoio militar chegará no curto prazo e "fará uma diferença real" para impedir o avanço russo. Há três semanas, o Congresso americano aprovou um pacote de US$ 61 bilhões para a Ucrânia. A Rússia iniciou na sexta uma grande ofensiva nas proximidades de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, perto da fronteira entre os dois países. O exército ucraniano, que enfrenta falta de armas e soldados, afirmou que as tropas de Moscou obtiveram "sucessos táticos". Milhares de pessoas deixaram a região.

4. FMI dá sinal verde para liberar US$ 800 milhões à Argentina. O Fundo Monetário Internacional aprovou a oitava revisão do programa de financiamento ao país, destacando o "desempenho melhor que o esperado" no cumprimento das metas fixadas com o governo de Javier Milei. O FMI cita o primeiro superávit fiscal em 16 anos, a redução da inflação, que beira 290% ao ano, e melhora nas reservas internacionais, o que abre caminho para a liberação de US$ 800 milhões previstos no programa. Em 2022, o FMI e a Argentina acertaram uma linha de crédito de US$ 44 bilhões ao longo de 30 meses em troca do cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Fundo. O acordo para a liberação dos novos recursos ainda precisa ser validado pela direção do fundo, que se reunirá nas próximas semanas.

"Muro dos Justos" no memorial da Shoah, em Paris, amanheceu com grafites de mãos vermelhas em protesto a reunião com o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas Francesas
"Muro dos Justos" no memorial da Shoah, em Paris, amanheceu com grafites de mãos vermelhas em protesto a reunião com o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas Francesas Imagem: Antonin UTZ/AFP

5. ChatGPT tem atualização que processa imagem e voz em tempo real. A empresa OpenAI anunciou que a nova versão, que é gratuita e se chama GPT-40, tem mais capacidade para executar conteúdos de texto, imagens e áudios do que seu antecessor, o GPT-4, lançado em 2023 e que é pago. A atualização será liberada gradualmente para todos os usuários, inclusive para não assinantes. O novo modelo de Inteligência Artificial deve permitir falar e mostrar coisas para o robô e obter respostas em velocidade mais rápida, semelhante a uma conversa, em vez de apenas digitar o que se deseja saber. O lançamento prevê uma nova interface do ChatGPT para facilitar a utilização.

6. Melinda Gates deixa fundação que criou com o fundador da Microsoft. A bilionária anunciou que seu último dia como copresidente da instituição filantrópica será em 7 de junho. A Fundação Bill e Melinda Gates surgiu em 2000 e é uma das mais influentes na área de saúde global, com papel significativo no financiamento e distribuição de vacinas. Em duas décadas, a entidade gastou US$ 50 bilhões no combate às doenças e à pobreza. Melinda se divorciou de Bill Gates em 2021, após 27 anos de casamento. Em comunicado, ela afirmou que ao sair da fundação terá US$ 12,5 bilhões para dar continuidade ao seu trabalho voltado para as mulheres e famílias.

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Deu no Financial Times: "Como a guerra de GPS está causando transtornos na vida civil". O jornal britânico alerta para riscos crescentes de colisões aéreas ou marítimas em certas zonas de guerra onde os sistemas de navegação por satélite sofrem interferências devido a operações militares. A interferência em sinais de comunicação permite aos países em guerra protegerem alvos de ataques de drones ou mísseis guiados. O problema, destaca o jornal, é que essas interferências perturbam sem distinção os sistemas de navegação civil ao redor. Uma falha na navegação obrigou dois aviões da finlandesa Finnair a retornar ao ponto de decolagem. Pelo menos 40 milhões de pessoas vivem em áreas onde o sistema de GPS não é mais confiável, diz o FT. Entre as zonas de maior risco estão a capital turca, Ankara, regiões do Mar Negro - que inclui o leste da Europa, Rússia e Ucrânia - e também a península do Sinai, no Egito. Leia mais.

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