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Júri decide se Trump é culpado por fraude contábil; o que está em jogo?

Os membros do júri do Tribunal Criminal de Manhattan, em Nova York, começam a deliberar se Donald Trump é culpado por suposta fraude contábil. O ex-presidente dos EUA é acusado de falsificar documentos da Trump Organization para esconder um pagamento de US$ 130 mil (R$ 675,3 mil) à ex-atriz pornô Stormy Daniels. O objetivo seria evitar um escândalo antes da eleição de 2016, da qual Trump saiu vencedor.

O que se sabe

Júri vai decidir se Trump é culpado ou inocente das acusações. O colegiado deve ser unânime para dar um veredicto. Se não houver consenso, o julgamento será anulado. Hoje, os membros do júri — composto por sete homens e cinco mulheres — receberam instruções do juiz Juan Merchan antes de começarem a deliberar sobre o caso. Não há previsão para a divulgação da decisão.

Ao todo, foram 11 recibos, 12 vouchers e 11 cheques fraudados. Os promotores alegam que os valores não correspondiam a pagamentos por serviços jurídicos, como foram registrados, mas sim a reembolsos pelas transferências a Stormy Daniels. O ex-advogado de Trump, Michael Cohen, foi quem implicou o ex-presidente no esquema, dizendo que o republicano aprovou os pagamentos.

Julgamento já dura semanas, e mais de 20 testemunhas foram ouvidas. Na terça (28), durante os argumentos finais, a acusação buscou demonstrar que Trump foi o "instigador" das ações ilegais de Michael Cohen, comparando-o a um "marido que contrata um assassino para matar a sua esposa". A defesa, por sua vez, insiste que o republicano é inocente.

Trump pode ser o 1º ex-presidente condenado criminalmente nos EUA. O julgamento de Nova York é o mais importante dos quatro que o republicano enfrenta, uma vez que provavelmente será o único a acontecer antes das eleições presidenciais de novembro. Ontem, antes de entrar no Tribunal de Manhattan, Trump disse que seria um dia "muito perigoso" para os EUA.

Acusações e defesa

Ontem, promotor disse haver provas 'esmagadoras' da fraude contábil. Joshua Steinglass levou seis horas para concluir a apresentação de seus argumentos finais. "Ninguém está dizendo que o réu [Trump] realmente foi ao computador e digitou as faturas falsas, mas foi o responsável por uma cadeia de eventos que levou à falsificação dos documentos. As provas são esmagadoras", sustentou.

Para a acusação, a principal preocupação de Trump eram as eleições. Steinglass citou que o pagamento pelo silêncio de Stormy Daniels foi feito poucos dias antes do pleito de 2016, apesar de o suposto caso extraconjugal ter acontecido uma década antes, em 2006.

Advogado insistiu que o ex-presidente é inocente. Dirigindo-se ao júri, Todd Blanche reforçou que o julgamento "não é um referendo sobre suas ideias sobre Trump" ou "sobre em quem você planeja votar em 2024". Segundo Blanche, a promotoria não conseguiu provar suas acusações e o único resultado deveria ser um "veredicto simples e rápido" de inocência.

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Defesa ainda fez ataques Michael Cohen, ex-advogado de Trump. Antes confidente, Cohen se tornou o principal acusador do ex-presidente americano. "Não houve intenção de cometer fraude e, além disso, não houve conspiração para influenciar as eleições de 2016", enfatizou Blanche.

Impacto sobre Biden

Veredicto sobre Trump não deve influenciar campanha democrata. Os assessores do presidente Joe Biden ficam satisfeitos em deixar que outros democratas e aliados pintem Trump como um criminoso, de acordo com a Reuters. Fontes disseram à agência que os estrategistas de campanha decidiram manter o foco nas conquistas de Biden, nas ameaças à democracia e no acesso ao aborto.

Equipe de Biden deve divulgar uma nota após a decisão sobre Trump. A ideia é lembrar os eleitores de que "a única maneira de derrotar Trump é nas urnas", ainda segundo a Reuters.

(Com AFP, ANSA e Reuters)

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