Trump se torna o primeiro presidente americano condenado por crime

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1. Donald Trump foi condenado por 34 acusações de fraude contábil para encobrir um pagamento de US$ 130 mil à ex-atriz Stormy Daniels. O dinheiro foi usado para comprar o silêncio de Daniels sobre um caso extraconjulgal entre os dois e evitar prejuízos à vitoriosa campanha de Trump à Presidência em 2016. O virtual candidato republicano à Casa Branca se torna assim o primeiro ex-presidente americano da história condenado por um crime. A decisão dos 12 jurados foi unânime, e a sentença deve ser anunciada no dia 11 de julho. O crime prevê até 4 anos de prisão, mas é improvável que Trump cumpra a pena na cadeia. Sua defesa irá recorrer da decisão.

2. Nem a condenação penal nem a eventual prisão impedem Trump de disputar ou ocupar a Presidência. A Constituição americana é omissa sobre o assunto. O republicano enfrenta três outros processos penais na Justiça, entre eles pela acusação de tentar reverter o resultado das eleições de 2020, o que resultou na invasão do Congresso. Nenhum desses casos, porém, deve ser julgado neste ano. Mas a condenação de Trump deverá ter impacto na campanha eleitoral. O republicano declarou que o veredito real será dado pelos eleitores em novembro. Em nota, a campanha de Joe Biden afirmou que a decisão mostra "que ninguém está acima da lei." Pesquisas realizadas antes da decisão dos jurados mostram que apenas uma fração dos eleitores de Trump deixariam de votar no republicano em caso de condenação. Mas é difícil avaliar o eventual impacto no resultado de uma eleição polarizada, cujo resultado tende a ser apertado.

3. Duas mulheres lideram a corrida presidencial no México, disputada neste domingo. Claudia Sheinbaum, do partido Morena, do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, é a favorita, com mais de 50% nas pesquisas. A senadora Xóchtl Gálvez, indígena e membro da coalizão de centro-direita, tem cerca de 30%. Também serão escolhidos os integrantes do Congresso e nove governadores, além de prefeitos e vereadores na quase totalidade das 32 unidades federativas. O atual processo eleitoral é o mais violento já ocorrido: dezenas de candidatos foram assassinados desde 2023.

4. Biden autoriza Ucrânia a realizar ataques com armas americanas dentro da Rússia. A decisão ocorre após avanços significativos do exército russo na região de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana. A permissão, porém, limita-se a ataques em locais de onde são lançados os ataques contra Kharkiv. Nesta semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, também autorizou a Ucrânia a usar armas francesas para ataques dentro do território russo. Até o momento, as armas ocidentais eram usadas apenas contra alvos militares russos no território ucraniano.

5. Apuração indica que partido de Mandela deve perder maioria na África do Sul pela primeira vez. Com pouco mais da metade das urnas apuradas, o Congresso Nacional Africano (CNA), que governa desde a eleição de Nelson Mandela, em 1994, tem cerca de 42% dos votos. Se não atingir 50%, será obrigado a formar uma coalizão para continuar no poder. O partido com a maioria das cadeiras escolhe o presidente, e o cargo do atual líder, Cyril Ramaphosa, está ameaçado. O CNA enfrenta desgastes por causa de níveis recordes de desemprego e criminalidade, além de escândalos de corrupção.

6. Oposição em Israel pede eleições antecipadas. O partido de centro-direita União Nacional, de Benny Gantz, apresentou um projeto de lei propondo a dissolução do parlamento e eleições em setembro, dois anos antes do previsto. Embora na oposição, o partido de Gantz integrou o gabinete de guerra israelense após os ataques do Hamas em outubro. Gantz havia dado um ultimato ao premiê Benjamin Netanyahu para adotar um plano de ação pós-guerra em Gaza, caso contrário pediria demissão. O Likud, de Netanyahu, declarou que a dissolução seria uma recompensa para o Hamas e uma capitulação de Israel diante das pressões internacionais. Analistas estimam que o bloco de Gantz, minoritário, tem poucas chances de derrubar a coalizão no poder.

Deu no The Wall Street Journal: "Trump avalia dar um cargo de consultor para Elon Musk se for eleito." O jornal americano conta que Donald Trump e o dono da Tesla e da rede X se falaram várias vezes desde que tiveram um encontro em março na casa de um amigo comum. A publicação lembra que eles nem sempre tiveram relações amistosas. No mandato do republicano, Musk foi nomeado membro de dois conselhos econômicos, mas pediu demissão depois que Trump anunciou a saída dos EUA do Acordo Climático de Paris. Leia mais.

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